Wadson Regis

Geração B2 justifica crescimento político da família Beltrão

Ministro do Turismo, Marx almeja o Senado em 2018

Na política, para muitos, o objetivo é chegar - vencer. Para muito poucos a missão é chegar e permanecer.

Tem sido assim há décadas. A cada dois anos muitos chegam, mas a maioria não avança. Chegar não é objetivo, é desejo. E a diferença entre desejar e querer está no planejamento.

É neste item, fundamental para a manutenção de mandatos eletivos, que os bons (não significa que sejam bons de coração) sobrevivem. É com planejamento estratégico que as oligarquias se formam e se mantêm ao longo do tempo.

Em Alagoas há duas famílias em pura evidência, há décadas:

1 - Os Calheiros, com Renan, Olavo, Remi e, agora, Olavo Neto. Ainda tem Renildo, que encerra o ciclo após reeleito em Olinda (PE).

2 – Os Beltrão, com João, Joaquim, Marx, Marcelo, Marcius, Maycon e, agora, Jeannyne. Ainda tem Cristiano, reeleito prefeito em Ilha das Flores (SE).

Sobre a família Beltrão a semente política foi plantada com João, que começou o planejamento estratégico como prefeito de Coruripe. Eleito deputado estadual, passou o bastão para o irmão Joaquim, que chega ao quatro mandato como prefeito de Coruripe, com aprovação na casa dos 70%.

O projeto dos Beltrão cresceu. João tem cadeira cativa na Assembleia Legislativa há mais de 20 anos. Os filhos de João, Marx e Maycon foram prefeitos reeleitos em Coruripe e Feliz Deserto. Os sobrinhos de João e Joaquim, Marcelo e Marcius também reeleitos em Penedo e Jequiá. E agora, com a saída de Marcelo, de Jequiá, entrará em janeiro, Jeannyne Beltrão (filha de João).

Vamos aos casos do DNA e do futuro político dos Beltrão.

João: Com problemas na justiça eleitoral e a saúde debilitada, certamente está no último mandato.

Joaquim: Mesmo com aprovação na casa dos 70%, não apresenta pretensões maiores;

Március: Vai para o quarto mandato como prefeito de Penedo (futuro incerto);

Maycon: Finaliza o segundo mandato como prefeito de Feliz Deserto em dezembro (futuro incerto);

Jeannyne: Inicia sua trajetória em janeiro, como prefeita de Jequiá (futuro incerto)

Daí abre-se dois parênteses para Marcelo e Marx.

Prefeito reeleito de Jequiá da Praia e atual presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Marcelo, aos 43 anos, é o grande gestor da família. De perfil conciliador é visto nos bastidores como o pensador dos Beltrão. Com a saída de João, ele deve ser o próximo a ter acento na ALE. Se Marx voar mais alto (o Senado, como pensa), Marcelo vai para Brasília e Maycon para a ALE.

Já o ministro do Turismo, Marx Beltrão, que completa 37 anos em novembro, tem voo próprio. Não se engane. Duas vezes prefeito de Coruripe, deputado federal e agora ministro, não é para qualquer um. Chegar onde Marx chegou, com os problemas na justiça e o tiroteio da mídia nacional, confirmam seu poder de articulação lá em Brasília. Ainda que o senador Renan Calheiros tenha avalizado sua indicação, Marx confirmou para o proletariado político alagoano que assume, ainda que de forma prematura, o status de protagonista no Estado que, proporcionalmente, exporta grandes nomes no cenário nacional.

Portanto, para quem está admirado com o crescimento e poderio político dos Beltrão, deve-se à Geração B2 – com Marx e Marcelo.     

Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

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