Wadson Regis

Vaqueiro nas horas vagas, Renan Filho diz que vaquejada é patrimônio cultural do NE

Por 6 votos a 5, ministros consideraram que prática da vaquejada fere princípios constitucionais do meio ambiente

Bom de voto, bom de briga (jiu jitsu) e bom de boi. Do Renan Filho que a maioria dos alagoanos conhece, acredito que só o lado político seja o mais disseminado. Mas ele também é muito bom no tatame e nas pistas de areia. Na verdade são dois hobby que o governador conhece muito bem.

No domingo, Renan Filho usou sua conta no Facebook para falar sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que decidiu, por 6 votos a 5, derrubar uma lei do Ceará que regulamentava a competição, que para muitos é um esporte. "Vaquejada é atividade recreativa e competitiva que virou esporte e tem seus heróis, os vaqueiros mais corajosos e hábeis. Sobretudo, vaquejada é festa em todos os cantos do Nordeste, herdeira das antigas "pegas de boi" na caatinga. Ela precisa ser preservada porque é um patrimônio cultural de Alagoas e de toda a região nordestina. A vaquejada movimenta a economia com eventos de grande porte, cria empregos e reúne famílias inteiras, dos avós às crianças, no aplauso aos seus vaqueiros", publicou o governador.

Os ministros que votaram pelo fim da prática da vaquejada consideraram que a atividade impõe sofrimento aos animais e, portanto, fere princípios constitucionais de preservação do meio ambiente.

A ação, que começou em agosto do ano passado levou 14 meses para ser votada. O governo do Ceará alegava que a vaquejada faz parte da cultura regional e que se trata de uma atividade econômica importante e movimenta cerca de R$ 14 milhões por ano.

"Vai daqui todo o nosso apoio aos defensores da vaquejada, para que o Poder Judiciário reconsidere e reconheça que o Nordeste e o Brasil têm direito de manter e preservar essa bela tradição. Contem comigo, heróis da vaquejada @celsovitorio e @juninhovitorio!!".

A vaquejada realmente atrai verdadeiras multidões e gera milhares de oportunidades de trabalho. Esse é o lado bom do “esporte”.

Por outro lado é fato que há, sim, maus tratos aos animais, assim como acontece nos circos que, por lei, estão proibidos de utilizarem animais em suas apresentações em Maceió.

Sobre os maus tratos a ministra Cármen Lúcia, que votou com o relator da matéria, Marco Aurélio, tem o seguinte ponto de vista: "Sempre haverá os que defendem que vem de longo tempo, se encravou na cultura do nosso povo. Mas cultura se muda e muitas foram levadas nessa condição até que se houvesse outro modo de ver a vida, não somente ao ser humano".

Vaquejada é bom demais. Gera emprego demais... mas também gera sofrimento demais – aos animais.

A disputa ainda promete muitas quedas (é assim que termina cada corrida de boi).  

Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

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