Renan Calheiros fez a fila andar no PMDB alagoano

O presidente do PMDB alagoano, Renan Calheiros, mandou convidar
todos os 74 candidatos a prefeito, do partido, para uma conversa de
pé de orelha. Não foi surpresa, apareceram 186, me disse uma fonte
ligada ao presidente do Congresso Nacional.
Havia uma expectativa geral no que iria dizer o líder. A fila começou a ser formada logo as 9h. Um chamado de Renan, a essa altura, é intimação. Mas nem todos saíram de lá como entraram. Ao estilo Maçom, ninguém sabe nada, só se sabe que será assim.
A grande dúvida da maioria, na verdade, era saber dois pontos cruciais: verba para as campanhas majoritárias e se Renan e Renan Filho – sumidos até então do palanque na maioria dos municípios – iriam chegar juntos e pedir voto no palanque.
Sobre palanque um candidato me contou que não precisou nem perguntar. O primeiro diálogo de Renan foi assim: Fulando (candidato), tudo bem, rapaz? Que luta. Como vão as coisas por lá? Eleição difícil, viu? Olha, te chamei aqui pra te dizer que estamos juntos (sic). Não irei lá (na cidade), o governador também não vai poder ir, mas a gente tá aqui, nessa loucura de aliados pra todo lado. Uma loucura, rapaz. Olha, vou te dizer, você tá muito bem, é seguir assim, como tá. E fulando (um amigo em comum do município) como vai?” .
O camarada disse que até a voz afinou, quando ouviu que nem palanque nem dinheiro. “Rapaz, o Renan é um líder. Chama o cara aqui, o cara tem que vir, até pra vê-lo. Demora da bobônica pra ser atendido e quando entra na sala já ouve que ele não vai e que a verba do partido tá no limite porque o PMDB tem muitos candidatos. Ele conversa, entra em outro assunto, quando você ver, ele já te dar um abraço e você ainda agradece por ele ter chamado. É um líder”, foram essas palavras que ouvi de um candidato, que tomou um bom e velho banho de água fria.
E assim foi com a maioria. Onde tem pelo menos mais um aliado, mesmo sendo de outro partido, os Ranan's não aparecerão. E o dinheiro de campanha? Ninguém sabe, poucos viram.