Porque o Collor não vai ser candidato nas eleições de Maceió

Fernando Collor de Mello é um estrategista. Conhece como poucos a arte da política. E por conhecê-la, dá um "baile" em qualquer adversário - pelo menos em se tratando de Alagoas.
Quem entende de política sabe que Collor é o maior enxadrista político de Alagoas - distante há anos-luz de qualquer outro adversário (Ronaldo Lessa que o diga, que "conseguiu" perder uma campanha de senador para elle faltando 28 dias da votação).
Ninguém -seja eleitor ou adversário - é indiferente a Fernando Colllor: ou se tem amor por ele ou sem tem ódio, o que, convenhamos, faz parte de sua estratégia. E por ser assim, o ex-presidente sabe que pode controlar os rumos da política alagoana como ninguém.
Por exemplo: a boca miúda, fala-se que o senador pode substituir o candidato Paulo Memória - que a oposição trata, desde muito antes do pleito, como vitamina C de Collor (laranja, na linguagem popular) - na disputa à prefeitura de Maceió.
Um boato dessa natureza mete medo em qualquer adversário, seja ele o atual prefeito ou o ex-prefeito-forrozeiro - ambos figuras imaturas em se tratando de estratégia política.
E de onde surgiu esse boato? Pode ter sido espalhado pela própria equipe de Collor, feito bola de sabão que arde no olho de quem estoura. Mas tem uns fundos de verdades além do alcance.
Pode ser um recado do ex-presidente para estender seus tentáculos da maneira como lhe convém; pode ser, também, uma forma de dizer que ele - Fernando Collor - está mexendo as peças do tabuleiro de xadrez estadual - e não tem bispo, peão ou rei que o impeça.
A eleição em Maceió é pequena demais para Fernando Collor. Pequena enquanto candidato, mas grande enquanto estrategista. Não por acaso, o ex-presidente vem percorrendo alguns municípios do interior, mostrando seu carisma - ou antipatia, para os adversários - em ruas que sequer nunca foram percorridas por adversários. Isso é mérito de um estrategista, ressalte-se.
Mas por quê percorrer o interior em vez da capital? Simples: em Maceió, os candidatos são miúdos demais para elle se preocupar. Isso se chama estratégia.