Wadson Regis

Almeida diz que Rui e Kelmann mandaram líder receber sua comitiva à bala, no Jacintinho

Alguém aí, da assessoria de Cícero Almeida, precisa orientá-lo... controlá-lo. Almeida não precisa fazer esse tipo de jogo para vencer a eleição. É um deputado federal, ex-prefeito por dois mandatos, ex-deputado estadual e ex-vereador. Tem currículo e serviço prestado. Dizer o que fez e o que pretende, caso seja eleito, é o caminho a ser seguido.

Depois de chamar o líder comunitário Junior Nogueira de vagabundo, Almeida conversou com o jornalista Davi Soares e foi mais além nas acusações, ao afirmar que o rapaz é traficante e comanda uma galera, na Grota do Cigano. Observo como um comportamento lamentável. Não é esse tipo de líder que a Capital dos alagoanos precisa.

E para inflamar ainda mais o clima, Almeida acusou Rui Palmeira e o presidente da Câmara de Maceió, Kelmann Vieira, de patrocinar o que ele chamou de atentado à bala contra sua equipe, quando da realização de um ato político, na última terça-feira, no Jacintinho. Rui pode até permanecer calado – é seu estilo, mas talvez Almeida tenha esquecido que Kelmann Vieira é delegado de polícia, de currículo respeitável.

Pelo andar dos episódios, acredito que o caminho que Almeida pegou deve levá-lo, outra vez, à Justiça. O caso já chegou na polícia, com o líder comunitário confeccionando um Boletim de Ocorrência contra as investidas do candidato a prefeito.

Já acusar um delegado – ainda que licenciado do cargo por causa do mandato – de autorizar alguém a “mandar bala” num adversário, acredito que Cícero perdeu a noção do perigo – judicial, é claro.

De forma profissional, como tem quer ser, ouvi a gravação da conversa de Almeida com o jornalista Davi Soares. As declarações de Almeida são muito fortes, contra Junior Nogueira, além de comprometer Rui e Kelmann.

Outro fato repugnante foi envolver o pai de Junior Nogueira. Cícero diz, na gravação, que seu José Cicero Nogueira, um senhor de 83 anos, deu conselhos ao filho para que saia do mundo do crime. O pai nega as declarações.

Almeida também diz que a Polícia Militar foi acionada para garantir a segurança e que Junior Nogueira foi enquadrado. A PM negou que qualquer equipe foi procurada para apurar denúncia citada por Almeida. "Segundo o pessoal do Batalhão de Eventos, houve uma solicitação por parte do pessoal da campanha para o acompanhamento da Polícia Militar na caminhada. Mas não tem essa situação de ameaça, não. O pessoal fez rondas e abordagens na área, mas sem registro de ameaça. Até porque, se houvesse registro de crime, deveria ter a condução", respondeu a assessoria da PM.

É lamentável. Que sirva de lição para os demais candidatos.  

PS.: Conversando com um amigo, com quem aprendo sobre política, ele me disse que Almeida pode estar sendo orientado a chamar Rui para o palanque da baixaria. Fiquei a pensar. Será? 

Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

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