Wadson Regis

Maurício Quintella faz intervenção no PR para enfrentar o PMDB

A problemática política de Rio Largo ganhou um ingrediente a mais neste início de semana. O ministro Maurício Quintella, dos Transportes, destituiu o diretório do PR riolarguense e mudou a composição da chapa proporcional. Na verdade, apenas Chiquinho, afilhado político do ex-prefeito Rafael Torres, seria candidato numa coligação já definida e encabeçada pelo PMDB.

A convenção havia sido realizada no sábado, 30, mas só nesta quarta-feira, 3, o presidente do diretório municipal, Rafael Torres, que tem forte ligação pessoal com Quintella, foi avisado por um sobrinho que havia sido destituído da função e que o PR iria se coligar na proporcional com o PSD, que tem Marcelo Victor como pré-candidato a prefeito.

Tanto a destituição de Rafael Torres, quanto a mudança na coligação chamaram a atenção. E o motivo é simples: por que um ministro de Estado tomaria uma decisão tão radical, como se a chefia dos Transportes lhe desse o direito de atropelar o processo com um trator? Afinal, Chiquinho é um jovem - e sem querer usar um duplo sentido, aproveito o cargo do ministro, tem uma longa estrada pela frente. Estaria Quintella exigindo um pedágio alto demais para o jovem?

A resposta pode estar, pelo menos é o que se fala nos bastidores, numa prova de força política. Mauricio, que chegou a pular o portão de um estádio de futebol para comparecer à convenção de um aliado, em Palestina, estaria empolgado com seu desempenho no ministério e buscando musculatura para disputar uma das duas vagas ao Senado, em 2018. Se assim for, Quintella começa a pavimentar seu caminho para um futuro não muito longo. 

Mas a coragem de Mauricio Quintella foi inflamada, me disse uma fonte, por Marcelo Victor, num bate-papo após a convenção de Gustavo Feijó, em Boca da Mata. Marcelo teria dito que “o cara só impõe respeito com esses caras quebrando paradigmas”. Se é assim que a banda toca, só o tempo vai dizer. Por ora, há máquinas na pista, ministro.

A outra peça do jogo em Rio Largo é o "quase ministro do Turismo" Marx Beltrão (PMDB), que tem participação especial no PSD. Foi Marx quem levou Marcelo Victor para fechar o acordão com Quintella. Marx, sabe-se, já virou bola de pingue-pongue no jogo profissional da política.   

Só para lembrar, o PMDB em Rio Largo terá Vania Paiva candidata a prefeita. Na convenção, que aconteceu no domingo, 31, o deputado estadual Olavo Calheiros esteve presente e destacou o apoio do partido à eleição de Vania. Mudar a regra com o jogo começado, portanto, é um erro desnecessário.

Sobre a destituição da presidência do Diretório, Rafael Torres disse que vai esperar o retorno de Mauricio Quintella. A pergunta que não quer calar: ele também virá de trator?

Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

Arquivos

Selecione o mês