Wadson Regis

Duelo de ex-aliados agita bastidores da política em União dos Palmares

Kil e Mano, num momento que pode não se repetir

Não tem jeito. A história se repete e o povo é quem sai perdendo. Em União dos Palmares o ex-governador Manoel Gomes de Barros, o Mano (PP), confirmou sua candidatura à Prefeitura de União. Com o maior bloco de apoio político da história palmarina, Mano foi derrotado para Beto Baía e Eduardo Pedrosa, em 2012.

Em seu palanque tinham o então governador Teotonio Vilela (PSDB) e o vice, Thomas Nonô (DEM), os senadores Renan Calheiros (PMDB) e Benedito de Lira (PP), oito dos nove deputados federais, e 24, dos 27 deputados estaduais, entre eles Nelito Gomes de Barros, seu filho. Para ser o fiel da balança Mano tinha o apoio total do então prefeito Kil de Freitas, que se transformou no grande escudeiro. Para muitos a eleição de Mano era um passeio, mas Beto e Eduardo Pedrosa venceram.

A gestão de Beto Baía, que está afastado por conta de uma série de denúncias de irregularidades, abriu espaço para uma eleição sem favoritos. Com isso colocou em evidência dois novos nomes: o vice-prefeito Eduardo Pedrosa, no exercício do mandato, e o empresário Zé Alfredo. Só que o vácuo também ascendeu os ânimos de Mano disputar uma nova eleição. O detalhe é que Kil de Freitas, agora no PMDB, também deseja retornar ao cargo. É aí onde vemos que na política o poder passa por cima de qualquer amizade.

Kil e Mano estarão em palanques diferentes. Alguns aliados dos dois também dividirão os palanques, como Renan com Kil, e Benedito com Mano. Teotonio Vilela vai estar com Eduardo Pedrosa (PMN), que já anunciou o vereador Bruno Praxedes (PSDB) como seu candidato a vice.

Portanto, o estilo ostensivo de Mano e a frieza de Kil têm tudo para abrir uma nova ferida na política de União dos Palmares. 

Para quem não é da região, União é um município extremanente penalizado por gestões desastrosas. O mundo queria ter um Quilombo dos Palmares, berço do liberdade, para gerar renda e, consequentemente, uma vida mais digna à população palmarina e até da região.

Mano e Kil já foram prefeitos de União e o Quilombo dos Palmares jamais recebeu a atenção devida. Durante a campanha eleitoral eles podem até prometer um pedaço do paraíso, mas a salvação econômica - que seria investir na Serra da Barriga como fonte de turismo, isso eles não podem prometer. 

Só lembrando: Com o fechamento da Usina Laginha, do grupo João Lyra, o município vive seu prior momento no quesito geração de emprego e renda.

Que briguem. Mas que o próximo prefeito tenha, no mínimo, a sensibilidade de investir na sua própria história.

Wadson Regis

Wadson Regis

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Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

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