Wadson Regis

Eis uma boa explicação para definir Renan Calheiros

Em dia de aprender mais, Renan sentou na primeira fila no encontro do PMDB

O encontro promovido pelo PMDB, na segunda-feira, 17, comandado pelo senador Renan Calheiros, fez-me pensar o que faz o presidente do Senado ser tão diferente de seus pares, inclusive em nível nacional. Do encontro ficou a lição do grande líder, que falou pouco e disse o que precisava ser dito. Renan chegou mais de 2 horas após a previsão do início do evento. Na porta do Hitz Lagoa da Anta centenas de políticos, curiosos e boa parte da imprensa alagoana.

Na porta do hotel vi Cícero Almeida, pré-candidato a prefeito na capital. Com três 'amigos', numa roda de bate-papo, nem de longe parecia o protagonista do período em que exerceu o cargo de prefeito. Não chamou a atenção, nem tampouco deu sinais de popularidade. Não era o dia dele. 
Assim como Cícero, outros tantos políticos – com e sem mandato - trombavam para lá e pra cá à espera do presidente estadual do PMDB. Renan chegou no mesmo carro que Renan Filho, com Marx Beltrão 'apenas' de batedor. Desde que venceu a eleição para o Governo, foi a primeira que vi Renan Filho no papel de coadjuvante. Ao descer do carro todos os olhos foram dirigidos para Renan Calheiros - e ele atendeu a cada um. Foi paciente e saiu estendendo a mão sem olhar a quem. Sempre sorridente, uma característica bastante particular, Renan demorou cerca de 50 minutos – numa distância de cerca de 50 metros - da porta do hotel até o salão onde aconteceu o evento.

Ao final do encontro Renan deu a mão a Renan Filho, que sentiu a força e o prestígio do pai em mais de 300 fotos com os correligionários. Na saída até o carro foi o mesmo rito. De mão em mão agradeceu a presença e deixou várias lições.

Há alguns anos um amigo me contou uma passagem bem interessante que teve com o ex-deputado Augusto Farias, na eleição para o governo entre João Lyra e Teotonio Vilela. O amigo me contou que voltavam de uma longa programação pelo Agreste e Sertão. Era madrugada de sábado, por volta das 2 horas. Ao chegar na curva do Alagoinhas (fica na orla de Ponta verde, para os que não sabem) Augusto parou o carro, olhou para a varanda do 7o andar, do prédio onde mora e apontou para este amigo, com a seguinte indagação.

Amigo, onde está o João Lyra a essa hora
Dormindo, respondeu.

Onde está o Marçal Fortes a essa hora? Dormindo, certamente.

Onde está o Arnaldo Cansanção (à época, braço direito de JL)
Dormindo, com certeza.

Pois é, amigo, é ali que está a diferença”, disse Augusto, apontando para o apartamento de Renan, que estava acordado, fazendo o que sabe, como ninguém: política.

Naquela eleição Teotonio Vilela, que chegou a desistir por duas vezes, venceu no primeiro turno, contra João Lyra e o 'resto do mundo'.  

Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

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