Brasília de olho na eleição de Alagoas: para Senador

Alagoas, acredite, é vista de cima para baixo. Ou seja: a partir de Brasília. Se não fosse o protagonismo político conquistado por Marcelo Victor, politicamente falando, quase todos os passos seriam direcionados da Capital Federal para cá.
E o que se fala em Brasília? Na disputa pelas duas vagas ao Senado. Não apenas pela disputa em si, mas pela rivalidade e diferenças claras entre Arthur Lira e Renan Calheiros.
Em Brasília também se fala, com pouca ênfase, na eleição para o Governo. Poucos (quase ninguém) se arrisca a imaginar o embate entre JHC e Renan Filho. Eu também não acredito.
O que “eles” (planaltinos) creem? Que o Senado será o principal palco de embate político nos próximos anos. Por conduzir as nomeações e impeachment de membros de tribunais superiores (STF, STJ, TCU, TST, STM) e agências de governo que decidem muito, quase tudo. E o que Alagoas tem com isso? Arthur Lira e Renan Calheiros, considerados os pendulares de parte da articulação de bastidor no Congresso Nacional.
Tem gente acreditando que eles serão os fatores determinantes das principais votações (mas... é preciso que vençam nas urnas).
Juntos, dizem as bocas falantes e discretas de Brasília, os rivais seriam imbatíveis a ponto de conduzir as decisões mais importantes do país.
O que Brasília pergunta?
- Será que ambos vencem mesmo?
- Quem poderia derrubar a hegemonia de Renan e Lira?
- Se ambos forem eleitos, a presidência do Congresso seria disputada entre alagoanos?
- Um dos dois poderia ser líder do governo e outro da oposição no Senado?
Com um Centrão cada vez mais forte, eles seriam o ponto fora da curva (do centro) na política nacional?
Com a não necessidade de fidelidade partidária por senadores, ambos disputariam a formação dos maior bloco político do Senado?
De fato, somos o divisor de águas do Brasil quando se trata de política nacional no Congresso. Por isso há um olhar atento para uma outra possibilidade: com o enfraquecimento de Hugo Motta, há quem acredite que Renan seja senador e Arthur deputado, com a possibilidade de ambos presidirem as duas casas, simultaneamente, no próximo mandato. É outro cenário político. Dois algozes locais conduzindo as decisões nacionais. Isso só acontece com Alagoas.
É neste último cenário que as luzes piscam para Alfredo Gaspar, Davi Filho e JHC. E se nada estiver combinado aí, sim, haverá disputa coletiva para o Governo, Senado, Câmara e Assembleia Legislativa. Possibilidade remota!