Wadson Regis

O próximo movimento (político)

.

Num passado recente, a Polícia Federal visitou a mansão do presidente do União Brasil em Alagoas, Luciano Cavalcante, e aprendeu uma fortuna em dinheiro vivo. A mídia nacional repercutiu destacando a proximidade dele com Arthur Lira.

Na semana passada a Polícia Federal visitou a Prefeitura de Murici (reduto 01 dos Calheiros) e prendeu, em flagrante, o empresário Gustavo Andrade, também com dinheiro vivo, por corrupção passiva.

Agora, as apostas de bastidor estão na mesa dos “senadinhos”, onde xeleléus, bajuladores, desocupados e sem mandatos cravam a visita da Polícia Federal no Instituto de Previdência e na Secretaria da Fazenda de Maceió, por conta do que está acontecendo com o Banco BRB. 

Percebam que são movimentações que atingem a imagem dos 4 protagonistas das eleições de 2026 (Arthur Lira, Renan Calheiros, Renan Filho e JHC).

Longe de mim prejulgar ou fazer ilação sobre os dois movimentos já realizados pela PF e a previsão do próximo. A real deste jogo, sem limite, é que haverá vencedores e perdedores.

Os profissionais da política não trabalham apenas pela vitória nas urnas, eles mantêm o foco no futuro a longo prazo. Por consequência, quando amadores entram no jogo imaginando serem profissionais, aí o inesperado acontece e embaralha a sequência das próximas jogadas.

O tabuleiro desde emblemático jogo vem sendo mexido fora das regras da boa convivência, e as ações fora da regra geram reações fora da regra. O risco está em cada jogada, tanto para os amadores, quanto para as raposas.

Quem observa de fora, sem propriedade para decidir, vê com olhos arregalados e imagina estar vendo algo. Como sabemos, não há crime perfeito.

Talvez não saberemos, em tempo hábil, como esse jogo começou, mas o resultado das urnas (em 2026) mostrará novos caminhos.

A política não para e uma das preocupações com cada jogada está no risco da queda (derrota nas urnas). Quanto maior a altura da vítima, no momento da queda, mais preocupante ela é.

Se o passo 03 acontecer, os próximos movimentos serão imprevisíveis. E, caso não aconteça, idem, porque há muito em jogo. Na verdade, a sobrevivência para 3 e o reposicionamento para 1, em caso de derrota.

No final das contas, todos são alvo e se unem na prerrogativa de se defender, midiaticamente e juridicamente.

Estamos diante de um clássico das estratégias.

Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

Arquivos

Selecione o mês