Wadson Regis

O efeito Renan

.

Com a experiência que nenhum outro alagoano tem, com a expertise que ninguém tem, com a capacidade (única) de se reinventar e com a disposição e determinação de concluir seu ciclo político em Brasília, bateu-me a curiosidade de saber o próximo passo de Renan Calheiros, na ofensiva direta contra Arthur Lira.

Para compreender, fui buscar numa gaveta, onde guardo frases antigas, que são atemporais, para saber que efeitos colaterais podem respingar quando, por algum motivo, uma ação pode atingir uma comunidade inteira. A que melhor simboliza – entre as frases que encontrei – é a seguinte frase: “Quem mexe com muitas pedras, corre o risco de ter uma caindo na própria cabeça”. Essa expressão nos ensina sobre prudência e sobre a importância de não fazer tantas coisas ao mesmo tempo, porque podemos acabar nos prejudicando com as nossas ações.

O caso das emendas de bancada caiu para a maioria da bancada de Alagoas (1 senador e 7 federais) como um pico de insulina atingindo um diabético. Toco no assunto porque três prefeitos e um deputado federal – com quem conversei – têm o mesmo sentimento de dor (no bolso).

Como sabemos (sobre emendas a partir de Brasília), senadores, deputados e prefeitos são dependentes desses recursos, que têm “N” finalidades, mas sem eles os médicos públicos (prefeitos) que esperam pela dose não conseguem fazer o dever de casa e os pacientes públicos (o povo) terão mais dificuldades para o dia-a-dia. A dose para Arthur tem efeitos preocupantes, mas Renan tem o antídoto.

Renan não erraria numa jogada dessa, sem que tenha uma receita (própria) em mãos. Mas a primeira dose foi no limite de ser fatal (para quem?) – esta é uma pergunta que está valendo muito no bastidor.

Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

Arquivos

Selecione o mês