Wadson Regis

Mina 18 (Trailer do episódio 11) – “A demolição”

Mutange começou a ser destruído em janeiro de 2022

Estrategicamente eficiente e eficaz no sombrio duto dos bastidores, a Braskem havia feito “tudo certo”. Caciques políticos e parte da imprensa estadual e nacional cozinhando notícias do tipo feijão com arroz. Tudo básico desde de novembro de 2019, quando a mineradora encerrou definitivamente a extração do sal-gema nos 35 poços e iniciou o processo para fechamento e estabilização de todas as 35 minas, que no Mutange e Bebedouro têm profundidade média de 886 metros.

Com a nova fase, quase 15 mil imóveis precisaram ser desocupados. 60 mil pessoas tiveram que deixar casas, apartamentos e comércios. Cinco bairros tradicionais da capital viraram terra de ninguém. Surreal aos olhos de todos.

Especialistas destacaram, à época, que estabilizar o solo na região dos bairros “fantasmas” levaria cerca de 10 anos.

Enquanto explicava suas ações de marketing na mídia, a Braskem também avançava com o Programa de Compensação Financeira que havia sido criado no final de 2019. Nem todos aceitaram as condições e valores oferecidos e as ações se avolumavam na justiça.

Em janeiro de 2022 as primeiras demolições indicavam que a destruição dos bairros seria inevitável. A Braskem iniciou pelas encostas do Mutange, onde está a MINA 18, a DEMOLIÇÃO DE 2 MIL IMÓVEIS.

O dinheiro já era a tônica do grande escândalo.

Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

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