A história está cheia de personagens improváveis e eventos improváveis

Jesus, Tiradentes e Eu
Todos sofreram pelo menos uma grande traição na vida. Nos
tempos de hoje o desafio é não deixar que isso atinja sua confiança para recomeçar e conquistar o objetivo.
Jesus morreu por nós, crucificado. Essa história quem não conhece precisa ir a fundo, porque mais de 2 mil anos depois seguimos sofrendo com negligências e traições.
Neste 21 de abril, lembramos a história que pouquíssimas pessoas conhecem a fundo. Mas Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, morreu enforcado em 1792, na cidade do Rio de Janeiro. Teve o corpo esquartejado em quatro partes e espalhado pela estrada de acesso a Ouro Preto. Sua cabeça foi exibida em uma estaca colocada na praça central da cidade. A condenação de Tiradentes, símbolo da Inconfidência Mineira, movimento que tentava encerrar a dominação de Portugal sobre o Brasil e pretendia instalar uma República no país, foi utilizada como demonstração de força da Coroa para evitar que futuras rebeliões acontecessem. Historiadores afirmam que, durante os interrogatórios que culminaria com a pena de morte por enforcamento a dez pessoas, nove dos envolvidos na Inconfidência foram perdoados e condenados ao degredo (expulsos do Brasil), enquanto a sentença de morte foi mantida para apenas um: Tiradentes.
Muitos anos depois, em 1982, um matuto anônimo para as autoridades, mas de grande conhecimento no ciclo onde vivia, principalmente no campo, quando as fazendas eram povoadas e representavam maioria, foi instado para se aventurar na política. Fez sua parte e ajudou na vitória contra o sistema dominante da época. “Infectado pelo vírus da política” ele quis seguir em frente, mas no próximo desafio sucumbiu diante da traição. Cícero Quitério da Silva morreu no dia 6 de novembro de 1988, aos 47 anos de idade, por não resistir a informação de que havia sido traído por amigos (aliados políticos da época). Cícero é meu pai. Ele não morreu por nós (Dona Marli, minha mãe, ou Wadja, minha irmã). Tombou, sofrendo durante dois anos, porque optou pelo respeito e a amizade que tinha com quem lhe contou sobre a traição. Deu sua palavra de que nada faria aos traidores. Morreu em silêncio, mas com honra.
A história de meu pai me mostrou que há caminhos para vencer
um sistema poderoso sem precisar trair, muito menos matar. Para muitos vingança
é um prato frio. Para mim, viver e superar os desafios se misturam num prato rejuvenescedor – QUE
NÃO ESFRIA NUNCA.