Wadson Regis

+58% em 10 anos. Como crescer sem mudar?

A decisão da Prefeitura de Maceió de abrir quatro vias pelo Corredor Vera Arruda não será pacificada com os moradores da região. É um risco que JHC vai correr com um segmento que, em tese, vem lhe dando sustentação nas urnas e na aprovação da gestão.

Sabemos que toda mudança gera, entre outros sentimentos, choque, negação, aceitação, medo e, em algumas situações, rebeldia.

Maceió não é apenas mais uma linda cidadezinha litorânea onde turistas do mundo vêm passar dias de descanso e encantamento com as belas praias. Um estudo sobre o Plano de Desenvolvimento Econômico da Capital, solicitado pela Prefeitura, está sendo finalizado pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Os primeiros resultados já comprovam que o esgotamento demográfico da capital está previsto para atingir seu ápice em 2030. Ou seja: daqui a 7 anos haverá o caos habitacional na capital (Maceió está entre as capitais com maior volume de construção de habitações do país). Ou seja: faltará espaço para novas moradias e habitação também será um problema que JHC deve enfrentar em caso de reeleição.

Outro dado surpreendente é que Maceió, em 10 anos, teve sua frota de veículos ampliada em 58%. Para evitar o caos também no trânsito, as intervenções no Corredor Vera Arruda fazem parte das mudanças que precisarão acontecer na capital que, ao longo das décadas, viu tudo ser ampliado, menos os espaços de lazer para as famílias que também crescem diariamente.

JHC tem um abacaxi nas mãos. O prefeito, para ser justo, precisará descascá-lo o quanto antes. Arriscar ou prevaricar? Eis a questão.

“Toda mudança gera, entre outros sentimentos, choque, negação, aceitação, medo e, em algumas situações, rebeldia”.

Wadson Regis

Wadson Regis

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Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

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