Moro, Alfredo Gaspar, Beto Baía, Padre Eraldo... eles e a mentira
Eu votaria em Moro para presidente do Brasil.
Pelo que fez como juiz, à frente da Lava Jato. Seria
meu reconhecimento ao servidor público que botou os criminosos da política e
seus financiadores de joelhos, de cócoras e na cadeia. Votaria apenas por esse
motivo, mas nunca acreditei que tivesse vida na política.
Moro representa centenas de bons nomes que, por algum motivo, sonharam com o mandato. Destaco o advogado Alfredo Gaspar de Mendonça, o médico Beto Baía e o Padre Eraldo Cordeiro como cases sem sucesso.
Beto Baía venceu a eleição para prefeito de União dos Palmares contra Manoel Gomes de Barros e o resto do mundo, com discurso de cuidar das pessoas. Fazia todo sentido, porque ele e outros dois irmãos médicos desempenhavam um ótimo trabalho na medicina do município. Sem a mínima noção dos desafios impostos pelo mandato, Beto sucumbiu na gestão, foi afastado e até hoje tem compromisso contínuo na Polícia Federal para explicar que não roubou dinheiro público. Tenho convicção que ELE NÃO, mas o sistema é bruto.
Padre Eraldo Cordeiro, homem de Deus, liderança no campo, era a esperança dos mais humildes em Delmiro Gouveia. Venceu uma eleição complicada contra o então deputado federal Givaldo Carimbão, apoiado pelo prefeito Lula Cabeleira. Diferente de Beto Baía, o Padre fez uma boa administração, mas ficou refém da Câmara e foi vítima de um grupo de amigos do poder. Perdeu a eleição e continua afastado da igreja.
Alfredo Gaspar de Mendonça diz que sempre sonhou em ser político. Excelente promotor de Justiça, foi firme na Procuradoria Geral de Justiça e ostensivo na Secretaria de Segurança Pública. Mas, o que o sonho e o desempenho profissional têm a ver com o sucesso nas urnas e a certeza de um mandato exemplar? Não sei, porque ele perdeu uma eleição que imaginava vencer no primeiro turno e saiu menor do que entrou. Agora desempregado, vai entrar num novo pleito menor do que ele esperava. Alfredo pode ter sorte nas urnas, mas pelo perfil e posicionamento que apresenta tende a ter o mesmo destino político de Moro, Beto Baía e Padre Eraldo (aqui representando nomes que quebraram a cara com o sonho político).
Moral da história: o sonho deles é uma mentira que a vaidade deles quer. Política vai muito além de ter palavra, de ser honesto, de ser referência em outra área. Já a política praticada em Alagoas é profissional, matemática, monetária, traiçoeira e letal. Quem não é do ramo ou quebra (e entra em depressão) ou firma compromisso futuro com a Justiça dos homens.
O poder político é a maior mentira que muita gente boa diz acreditar.