JHC tem dormido? sim. Tem dormido bem? Não.

O PSB nacional já tem o resultado de uma pesquisa detalhada
sobre o processo pré-eleitoral de Alagoas. Há duas notícias dominantes. Uma satisfatória
e outra preocupante. A boa é que JHC aparece muito bem para a sucessão de Renan
Filho, com posicionamento positivo mais confortável que Rodrigo Cunha. O imbróglio
é que lideranças nacionais do partido, como o presidente Carlos Siqueira e o
prefeito do Recife, João Campos, estão numa corrente (panela de pressão)
para que o prefeito de Maceió seja o candidato ao governo.
Escrevo pouco, no comparativo com meus colegas jornalistas que falam de política, mas não sou irresponsável, nem misturo informação com possibilidades vagas ou especulação.
Rodrigo Cunha, que lidera as pesquisas desde 2020, não tem conseguido avançar nos percentuais. Ele também sabe que uma parcela majoritária do eleitorado que o fez desbancar Benedito de Lira e Maurício Quintela e ainda derrotar Renan na disputa pelo senado está descontente com seu modelo de atuação. Rodrigo foi o senador mais votado de Alagoas por meio de um voto espontâneo, que não se consegue com facilidade. Muito mais difícil é curar o arrependimento de quem se sente traído. Esse nó não será fácil desatar.
Com relação à pressão recebida por JHC é natural que o PSB queira eleger um governador. Que partido abriria mão disso? Ah, JHC estaria tirando o mandato de senador de sua mãe... e quem garante a vitória de Rodrigo? Quem imaginaria que um governador com a avaliação positiva de Renan Filho não tenha, pelo menos até agora, um nome posicionado? Quem diria que Renan Calheiros, após 40 de vida pública, dedicasse tempo para montar as chapas proporcionais do MDB? Quem imaginaria um Poder Legislativo com altivez e decisivo no processo eleitoral macro? Quem acreditava na vitória de Arthur Lira para presidir a Câmara Federal? Quem pensaria Ronaldo Lessa aceitar ser candidato a vice-prefeito, quando JHC lutava para consolidar a campanha?
Política é momento. E o momento pede muito mais que profissionalismo, requer confiança, cumplicidade e coletividade. Líder que não lidera se desmonta. JHC ainda não lidera a massa, não comanda grupo competitivo e precisa mostrar que não é só um fenômeno eleitoral.
Talvez por isso, pelo que a fonte confiável me disse, ele não tem dormido bem. Da informação que recebi, o que mais me chamou a atenção foi saber que Rodrigo tem mantido o distanciamento político de JHC e de Ronaldo Lessa, já escanteado para ser o candidato ao Senado. O delegado Fabio Costa, vereador por Maceió, é o preferido.
Num processo emblemático como o que se aproxima cada erro põe o adversário mais próximo. E eles, mesmo sem definição de quem estará com quem, estão se aproximando.
Melhoras no sono, JHC.