Política: samba do crioulo doido

Vem aí o carnaval. Será, novamente, sem graça e sem a mínima
motivação de folia. Mas haverá quem banque a festa e os que farão a festa.
Na política, os blocos só se anunciam depois da quarta-feira de cinzas. Destaque para a turma da janela partidária, a galera da desincompatibilização e o arrastão dos filiados.
Para o eleitor, que não tem a mínima noção de como se monta um processo eleitoral, a base é o que tomam conhecimento sobre os candidatos e pelas pesquisas eleitorais. Talvez por isso temos um país de cabeça para baixo e grupos antagônicos que praticam o mesmo modus operandi para atingir o sucesso das urnas.
O eleitor comum não está nem aí para a janela partidária, o registro de estatutos dos partidos no TSE, a formação de coligações, a transferência do título, quantos estão aptos a votar, como funciona o teste de confirmação do Sistema Eletrônico de Votação e lacração das urnas, nada sobre o financiamento de campanha, o fundo eleitoral, a composição da mesa receptora de votos, as convenções partidárias e registros de candidatura, a propaganda eleitoral, até chegar na data da eleição. Sem falar que, depois de tudo isso, ainda há a prestação OBRIGATÓRIA das contas dos candidatos e partidos.
Ou seja: para ganhar uma eleição é preciso passar por fases que o eleitor comum não imagina. Na política há critérios para disputar o pleito, como o limite de idade de 18 anos para o cargo de vereador; 21 anos para deputado federal, deputado estadual ou distrital, prefeito e vice-prefeito; 30 anos para governador e vice-governador; 35 anos para presidente e vice-presidente da República e senador. Você sabia?
Ah, e os fichas sujas ou condenados em segunda instância podem? Para isso há uma máfia estruturada, que vai desde os escritórios de advocacia até o Supremo Tribunal Federal (STF).
Por não sabermos das verdades de um pleito eleitoral, a gente não conhece os candidatos pelo que eles aparentam ou dizem, mas um pouco pelo que fazem.
Contudo, a gente não confia no que eles prometem, mas no que eles cumprem. Com o tempo as pessoas sempre se revelam, mas muitas vezes é tarde demais.
Assim, temos uma política que mais parece samba de crioulo doido.
O sistema é bom, mas os operadores...