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Uso excessivo de corticoides pode antecipar a catarata, alerta especialista

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Você sabia que a catarata não é um problema exclusivo da terceira idade? Apesar de ser mais comum com o passar dos anos, a doença também pode surgir mais cedo do que se imagina — e o uso prolongado de certos medicamentos, como os corticoides, pode ser um dos motivos. O oftalmologista Dr. Ivan Corso Teixeira, especialista em cirurgia de catarata do H.Olhos, Hospital de Olhos da Rede Vision One, explica que a forma mais frequente da doença é a catarata senil, provocada pelo envelhecimento natural do cristalino, uma lente transparente que temos dentro dos olhos. “Com o passar dos anos, o cristalino vai ficando mais denso e opaco, o que leva à perda progressiva da transparência e da visão”, afirma o médico.

No entanto, ele alerta que a catarata não é exclusividade dos idosos. “O uso prolongado de corticoide pode causar catarata, inclusive em jovens e até mesmo em crianças. Pacientes que utilizam doses elevadas e contínuas, como transplantados ou pessoas com alergias graves, estão mais suscetíveis ao problema”, diz o médico do H.Olhos. Segundo o especialista, o corticoide é a principal causa da chamada catarata medicamentosa, um tipo da doença causada diretamente por remédios.

Outras substâncias também estão associadas ao desenvolvimento da catarata, embora com menor frequência. “Além dos corticoides, algumas classes de antidepressivos — como os tricíclicos — e antipsicóticos do grupo dos fenotiazínicos têm alguma relação com o surgimento da catarata. Também podemos citar a amiodarona, que é um antiarrítmico, e os fibratos, medicamentos usados para baixar o nível de triglicérides”, detalha o Dr. Ivan.

Mesmo diante desses riscos, o médico destaca que nem todos que usam esses medicamentos necessariamente desenvolverão catarata. “O risco existe, mas não é uma sentença. O acompanhamento médico e o uso responsável são fundamentais”, orienta o especialista do H.Olhos.

Para quem deseja adiar ao máximo o surgimento da catarata, a dica é investir em um estilo de vida saudável. “Não existe um tratamento preventivo específico. A melhor forma de adiar o aparecimento da catarata é manter uma alimentação equilibrada, proteger os olhos da exposição solar e evitar o tabagismo, que tem efeito oxidativo e está relacionado ao aumento da incidência da doença”, alerta Corso.

O médico ainda chama atenção contra falsas promessas: “Não há comprovação científica de medicamentos ou suplementos que inibam o crescimento da catarata, apesar da grande oferta desses produtos na internet”, comenta o Dr. Ivan.

A cirurgia é o único tratamento eficaz e é indicada sempre que os sintomas passam a interferir na qualidade de vida. “A partir do momento em que o paciente nota uma perda de nitidez ou baixa de visão que impacta suas atividades diárias, a cirurgia já está recomendada. Hoje, com os avanços da técnica, realizamos o procedimento de forma muito mais precoce do que há algumas décadas”, afirma o oftalmologista.

O Dr. Ivan também lembra que, atualmente, a cirurgia é indicada até mesmo em pacientes que ainda não desenvolveram a catarata, mas que possuem um grau alto e desejam se livrar dos óculos. “Hoje já é permitido, no Brasil, operar pacientes acima dos 55 anos com o objetivo de implantar uma lente intraocular para corrigir o grau, mesmo que eles ainda não tenham catarata formada”, discorre o especialista em cirurgia de catarata.

Além de manter hábitos saudáveis e ficar atento ao uso prolongado de medicamentos, é fundamental fazer consultas regulares com o oftalmologista — mesmo que não haja sintomas aparentes. “A catarata se desenvolve de forma lenta e muitas vezes silenciosa. Por isso, o ideal é passar por uma avaliação oftalmológica ao menos uma vez por ano, especialmente a partir dos 40 anos, ou antes disso, caso haja histórico familiar ou uso contínuo de remédios como os corticoides”, finaliza o Dr. Ivan Corso, especialista em cirurgia de catarata do H.Olhos, Hospital de Olhos da Rede Vision One.

Fonte: Assessoria