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Fapeal apoia realização do XIII Congresso Internacional de Parasitologia Neotropical em Alagoas

COPANEO reunirá especialistas de diferentes países para debater avanços científicos | Arquivo pessoal

Tárcila Cabral 

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) será uma das instituições parceiras na realização do XIII Congresso Internacional de Parasitologia Neotropical (COPANEO), que acontecerá em Maceió no mês de outubro. O evento, organizado pela professora Vanessa Abdallah, vinculada ao Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal de Alagoas (ICBCS Ufal), recebe o apoio por meio do Edital de Auxílio à Organização de Eventos Científicos (AORC).

Reconhecido internacionalmente, o COPANEO reunirá especialistas de diferentes países para debater avanços científicos e desafios relacionados às doenças parasitológicas, mas, nesta edição, volta-se especificamente para aquelas negligenciadas.

É igualmente importante pontuar que, alcançando a sua 13ª edição, o congresso posicionará Alagoas no centro das atenções acadêmicas e científicas da área, fortalecendo os programas de pós-graduação do estado e promovendo maior integração internacional.

Para a coordenadora do evento, sediar esse congresso no Nordeste representará um marco.

“A grande maioria das reuniões científicas ainda acontece nas regiões Sudeste e Sul do país. No entanto, é justamente no Nordeste que temos uma grande incidência de doenças parasitológicas negligenciadas, seja pelas condições climáticas ou pelas baixas condições socioeconômicas da população”, explicou Vanessa Abdallah.

Segundo a pesquisadora, trazer o Congresso para Maceió significa dar visibilidade às potencialidades da região e estimular o debate sobre soluções para problemas que afetam diretamente a sociedade.

“Esse congresso pode trazer retornos diretos para diferentes setores, como saúde pública, turismo, aquicultura, agricultura, gastronomia, identidades regionais e doenças relacionadas”, destacou a estudiosa.

É importante ressaltar, ainda, que além do congresso principal, a programação incluirá sete simpósios temáticos, que tratarão de questões como sanidade aquícola (culturas na água), saúde única (One Health, abordagem integrada que reconhece a conexão entre a saúde humana, animal, vegetal e ambiental), parasitismo intestinal, doenças tropicais como Chagas e Leishmaniose, entre outros temas emergentes. O objetivo será movimentar a pesquisa em parasitologia e áreas correlatas no estado.

Formação científica alagoana

A programação prevê a participação de especialistas de países como México, Peru, Argentina, Chile, Bolívia, Espanha e África do Sul. Para os programas de pós-graduação de Alagoas, isso simboliza a ampliação de horizontes de colaboração científica.

Três programas de pós-graduação da Ufal contarão com participação direta: o Programa de Pós Graduação em Diversidade Biológica e Conservação nos Trópicos (PPG-DIBICT), o Programa de Pós Graduação em Ciência Animal (PPGCA) e o Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS), todos com estratégias voltadas para a internacionalização.

“O congresso vai possibilitar que estudantes e profissionais de Alagoas debatam seus próprios temas de pesquisa com especialistas nacionais e internacionais. Isso fortalece a formação de recursos humanos e estimula o surgimento de novas parcerias acadêmicas”, ressaltou a pesquisadora.

Vanessa Abdallah também frisou que os docentes organizadores estão inseridos em programas de pós-graduação de todas as regiões do país, o que amplia o alcance do evento. “O COPANEO será uma plataforma para o estabelecimento de colaborações que podem resultar em projetos conjuntos, intercâmbios acadêmicos e participação em redes de pesquisa”, acrescentou ela.

Apoio da Fapeal

Para viabilizar o congresso, foi necessário buscar um espaço maior que comportasse um público previsto de 500 pessoas. Com o apoio da Fapeal, o evento será realizado em Maceió, entre os dias 20 a 24 de outubro.


“O recurso concedido pela Fapeal será fundamental para custear a infraestrutura, aluguel de equipamentos e a vinda de palestrantes internacionais. Graças a esse suporte, teremos a presença de cientistas renomados que abrilhantarão as discussões com suas expertises”, ressalta.

Perspectivas

A expectativa da comissão organizadora é de que os resultados do evento ultrapassem os limites do congresso. Para a professora Vanessa Abdallah, o evento tem potencial de gerar avanços concretos em saúde, meio ambiente e políticas públicas, além de prospectar novas linhas de pesquisa e inovação.

“As discussões terão caráter multidisciplinar e deverão abrir portas para novas colaborações internacionais, projetos conjuntos e publicações científicas de alto impacto. O congresso será um marco para a formação de recursos humanos especializados em parasitologia, o que é crucial para enfrentarmos doenças negligenciadas que ainda atingem fortemente nossa população”, concluiu a doutora em ciências.