Neide Brandão 

O Hospital do Coração Alagoano, em Maceió, teve, na última semana, um momento histórico e de grande emoção: a realização de mais um transplante cardíaco, que trouxe uma nova chance de vida para o jovem Samuel Jackson de Lima, de 16 anos. O procedimento foi ainda mais simbólico porque marcou a primeira captação de coração para transplante realizada fora do estado de Alagoas, uma vez que o coração veio de Aracaju/SE.

A missão mobilizou uma força-tarefa envolvendo a equipe do hospital, o Salva Mais Alagoas, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a Polícia Militar de Sergipe (PM/SE), além das Centrais de Transplantes de Alagoas, Sergipe e da Central Nacional de Transplantes. A logística já é rotina em centros de excelência em transplantes e mostrou a capacidade de integração e rapidez do sistema para garantir que o órgão chegasse em tempo hábil para salvar uma vida.

Samuel desenvolveu miocardite após um quadro de dengue hemorrágica, há três anos. Desde então, vinha em tratamento medicamentoso, mas, segundo sua mãe, Ana Carla Lima, as oscilações nas funções cardíacas se intensificaram, tornando o transplante a única saída. Após a inclusão do nome na lista, no início deste ano, a espera foi curta até a tão esperada notícia.

Foto: Nataly Lopes

“Foi uma emoção imensa quando entraram em contato e, mais ainda, quando o coração chegou ao hospital. Eu só chorava e agradecia. A esperança de saber que ele poderá ter a vida de volta me enche de alegria. Todos do hospital estavam esperando comigo, todos emocionados, e me senti tão acolhida. Foi uma bênção de Deus. Gratidão demais, porque, em meio a uma dor tão grande, uma família disse ‘sim’, nos dando a chance de sonhar com um futuro pela frente”, relatou emocionada Ana Carla Lima.

O cirurgião cardiovascular Diego Andrade, um dos responsáveis pela captação e transplante, ressaltou a emoção de participar desse capítulo na história da saúde em Alagoas.

“Foi uma operação marcada por muita cooperação e sinergia entre várias equipes. Do momento da captação em Aracaju até o transplante em Maceió, cada profissional envolvido trabalhou com foco em salvar uma vida. Essa parceria entre hospitais, centrais de transplante e órgãos de apoio como Samu e o Programa Salva Mais Alagoas mostra que, quando nos unimos, conseguimos alcançar resultados extraordinários. É uma vitória para a medicina e, principalmente, para os pacientes que depositam em nós sua esperança”, afirmou.