Notícias

Congresso aborda a inclusão LGBTQIAPN+, quilombola e indígena na saúde nutricional

Evento “Nutrição com Diversidade”, promovido pela Uninassau Maceió, promoveu debates sobre pluralidade e diversidade

A UNINASSAU Maceió promoveu discussões sobre saúde nutricional da população LGBTQIAPN+ e práticas em comunidades quilombolas, no segundo dia do congresso “Nutrição com Diversidade: caminhos para uma prática inclusiva”, realizado nesta terça-feira (2). A programação também incluiu o tema da cosmovisão nutricional dos povos originários e contou com a participação dos estudantes do curso de Nutrição da Instituição de Ensino Superior (IES).

Nina Santiago, professora do curso de Nutrição da IES, explicou que o congresso surgiu após uma reunião docente, ao perceberem a necessidade de ampliar a formação dos discentes. “Notamos dificuldades em abordar certos temas, interpretar clinicamente e realizar acompanhamentos específicos. A proposta nasceu do desejo de preparar os alunos para enfrentar diferentes realidades. Atualmente, a sociedade avança em inclusão e reconhecimento das diversas formas de viver. Por isso, é fundamental deixar os futuros profissionais prontos para lidarem com todas as particularidades”.

O nutricionista Noah Luís Lourenço destrinchou em sua palestra o guia de cuidado e atenção à população LGBTQIAPN+, primeiro material direcionado especificamente à nutrição da comunidade, lançado em 2021. “O guia aborda o acolhimento, o letramento sobre a comunidade e as especificidades nutricionais. O material traz ainda avaliação dietética, além de políticas públicas, tornando-se uma referência completa. O documento destaca também diferenças no atendimento a pessoas transgênero e cisgênero, exigindo estratégias adaptadas. O estudante deve refletir sobre isso já na graduação, pois a prática profissional encontrará essa demanda”, destacou.

A nutricionista Catherine Cabral apresentou aos alunos a cosmovisão dos povos originários, enfatizando a importância de vivenciar nos territórios o conhecimento adquirido na graduação, onde etnias diversas expressam hábitos e culturas singulares. “Inserir essa discussão no curso garante respaldo técnico-científico e amplia a sensibilidade humana do futuro profissional. Em Alagoas e Sergipe existem diversas etnias, cada uma com perfis alimentares únicos. Esses perfis incluem rituais, práticas espirituais e uma forte ligação da alimentação com a natureza”.

Para Tamara Rodrigues, nutricionista especializada nas abordagens nutricionais nos quilombos, a ideia de nichar clientes precisa ser desconstruída, pois dentro de qualquer grupo existem recortes diversos. “Em Alagoas, por exemplo, existem 78 comunidades quilombolas reconhecidas, muitas vezes desconhecidas pelos próprios estudantes. Esse cenário exige preparo técnico e sensibilidade cultural. O futuro nutricionista deve compreender a existência desses grupos e suas particularidades. Assim, evita práticas excludentes e adota posturas adequadas no atendimento”, disse.

Ascom Uninassau Maceió