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Atuação do MP no tribunal do júri resulta em nova condenação para Albino Santos e pena de 14 anos e sete meses de reclusão

A atuação do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) perante o tribunal do júri resultou em nova condenação para Albino Santos de Lima, nesta quinta-feira (4): 14 anos e sete meses de reclusão, em regime inicialmente fechado, por tentativa de homicídio duplamente qualificado contra Alan Vítor dos Santos Soares, crime ocorrido em 12 de junho de 2024, no bairro Vergel do Lago, em Maceió.

Promotor de Justiça responsável pela acusação, Antônio Vilas Boas, titular da 9ª Promotoria de Justiça da Capital, disse estar satisfeito com o resultado. “Defendemos desde o começo, desde a denúncia, a tese de tentativa de homicídio praticada pela torpeza e recurso que dificultou a defesa da vítima. Ao final, o Conselho de Sentença acolheu a tese da acusação. Estamos satisfeitos com o trabalho, felizes com o resultado e com a resposta dada pela sociedade alagoana”, ressaltou.

Durante o júri, o Conselho de Sentença reconheceu a imputação feita pelo MPAL a respeito da materialidade, autoria, motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima. Além da pena de reclusão, Albino Santos de Lima, que ficou conhecido como “serial killer” de Alagoas, também foi condenado ao pagamento de uma multa à vítima no valor de R$ 50 mil. Como já está preso por ser condenado em outros crimes de homicídio, o réu volta ao sistema prisional.

Albino Santos de Lima já confessou autoria, durante inquéritos policiais, de 18 crimes contra a vida, porém, no júri desta quinta-feira (4), ele negou ser o autor da tentativa de homicídio contra a vítima Alan Vítor dos Santos Soares, que na época do crime tinha 20 anos de idade.

Nas alegações, a acusação lembrou que no processo consta registro do Instagram de Albino, onde havia foto publicada da vítima antes do dia do crime, e que, em depoimento na fase de inquérito policial, Albino confessou o crime e disse que a motivação era porque havia tráfico de drogas na barbearia da vítima, o que nunca foi comprovado, e que isso seria um “corretivo” aplicado por ele.

Ainda em depoimento durante o inquérito policial, conforme consta no processo, Albino Santos disse o objetivo era atingir a vítima na barbearia dela, mas não foi possível porque estava chovendo. Ele, então, o alcançou na rua e fez um disparo primeiro na região cervical, para deixar a vítima paraplégica. Depois efetuou outros disparos. Na casa do réu foi encontrada uma arma, que era utilizada nos crimes, e uma balaclava.

Na denúncia ajuizada pelo MPAL, as investigações comprovaram que a vítima retornava do trabalho para a casa da avó, quando percebeu que estava sendo seguida. Na sequência, ele teria sido surpreendido por quatro disparos de arma de fogo, sendo um na região da nuca, dois no pulmão e um de raspão na orelha.

Apesar dos ferimentos, Alan sobreviveu após mais de dois meses de internação hospitalar, tendo ficado 30 dias em coma. Seu testemunho foi fundamental para o avanço das investigações, já que foi ele próprio quem procurou a polícia para fazer a denúncia contra Albino, após tê-lo reconhecido em matérias jornalísticas divulgadas pela imprensa sobre o assassinato de outra vítima, conhecida como Emerson Wagner.

Ascom MPAL