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Novos servidores do Incra participam de ambientação em assentamentos alagoanos

Os assentamentos alagoanos Eldorado dos Carajás, em Branquinha, e Pindoba II, em União dos Palmares, receberam, nessa quarta-feira (08), a visita dos 15 servidores empossados recentemente no Incra, aprovados no primeiro Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). O dia de campo faz parte de um trabalho de ambientação conduzido pela superintendência de Alagoas para aproximar funcionários da autarquia e público da reforma agrária.

O superintendente Júnior Rodrigues e o substituto Hugo Santos participaram dos dois momentos da interação, acompanhados de lideranças das comunidades. Nos assentamentos, os servidores puderam ouvir os representantes, acompanhar as demandas apresentadas, conhecer o funcionamento das entidades representativas e experiências produtivas.

Pela manhã, a visita ocorreu no assentamento Eldorado dos Carajás, onde 143 famílias convivem numa área de 691 hectares desde 1997, ano de sua criação. Paulo Sérgio da Silva, presidente da associação de assentados, recepcionou os participantes no centro comunitário da entidade. Dirigentes dos outros assentamentos de Branquinha formaram a mesa. José Carlos Dimas e Fernanda Palmeira, de Flor do Mundaú, Raquel Braz, de Nova Esperança, Gilson Pereira, de Zumbi dos Palmares, e Dário Pereira, que também é secretário de Agricultura do município, representando o assentamento Santo Antônio da Boa Vista.

Os servidores recém-chegados ouviram as experiências, críticas, demandas e propostas de cada assentamento. A partir desses relatos, e se utilizando do histórico do próprio assentamento visitado, o engenheiro civil do Incra Hugo Santos fez uma apresentação didática referenciando cada fase do assentamento com os serviços desenvolvidos pelo Incra. “Observem que todos vocês já lotados nos respectivos setores se relacionam com uma ou mais dessas etapas, de forma que cada atividade tem a ver com algo concreto na história de vida das famílias assentadas”, ilustrou Santos.

O presidente Paulo Sérgio tratou a iniciativa como um momento importante de conhecimento mútuo. “A gente está tendo a oportunidade de mostrar as realizações da comunidade, e isso vai facilitar o nosso trabalho como assentado e representante, porque também a gente está vendo que há interesse do Incra em trazer essa integração entre servidores e assentados”, explicou o líder.

Cooperativismo

Na sequência, todos seguiram para o município de União dos Palmares, que tem oito assentamentos. Em Pindoba II, as famílias priorizam a fruticultura em sua produção, nos 141 lotes distribuídos na área de 153 hectares do imóvel. Lá, os novos servidores conheceram a fábrica de polpa de frutas, construída em 1999 e reformada e ampliada em 2007, com recursos do Incra. A agroindústria, administrada por uma cooperativa dos próprios assentados, a Coopervale, fabrica e comercializa polpas feitas de frutas cultivadas naquele e em outros assentamentos da região.

O superintendente Júnior Rodrigues falou aos servidores e aos representantes dos assentamentos do município, reunidos para recepcionar a equipe do Incra. Ele destacou que o objetivo da visita é oportunizar aos servidores “enxergar o Incra fora do Incra, como funcionam os assentamentos, entender as famílias, seus sonhos, seus anseios e suas dificuldades”. Rodrigues lembrou que ele mesmo atuou como técnico no início da fábrica, por meio da assistência técnica ofertada pelo Incra à época.

O antropólogo Walleson Lourenço, lotado na Divisão de Territórios Quilombolas, disse ser uma satisfação conhecer a realidade dos assentamentos. “Aqui, tivemos a oportunidade de conhecer, diretamente, o cenário daqueles agricultores que mais precisam e demandam as ações do Incra; é um enriquecimento, em termos de saber, para todos nós que somos novos servidores.”

“Com essa atividade, a gente consegue ver, na prática, para quem o nosso trabalho do dia a dia está servindo e a quem a gente está atendendo”, afirmou o analista administrativo Allysson Segundo, lotado na Divisão de Administração. A analista em reforma e desenvolvimento agrário Luiza Mical reforça esse argumento. “Além de conhecermos a realidade dos assentados, nós também descobrimos onde nós podemos ser necessários nessa luta diária deles.”



Ascom Incra em Alagoas