Notícias

Brasil defende criação de instrumentos financeiros para melhorar gestão de riscos e desastres

Brasil defende acesso facilitado a fundos internacionais para gestão de desastres durante agenda do G20 | Agência Brasil

No segundo dia de reuniões técnicas do Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres (GTRRD) do G20, na Cidade do Cabo, na África do Sul, o secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, destacou os desafios financeiros enfrentados pelo Brasil na gestão de riscos e desastres. Em 2024, o grupo foi presidido pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) em parceria com o Ministério das Cidades.

Para o secretário Wolnei, é necessário integrar a redução do risco de desastres com mecanismos de financiamento modernos e acessíveis como forma de garantir previsibilidade, rapidez e eficiência na resposta. “No entanto, países em desenvolvimento, como o Brasil, ainda enfrentam barreiras significativas para acessar fundos internacionais, seja pela complexidade dos requisitos ou pela morosidade dos processos. Enquanto países desenvolvidos já contam com infraestruturas resilientes e sólidas, os países em desenvolvimento lutam para atender as necessidades mais básicas de prevenção e resposta, operando com restrições financeiras e capacidade institucional limitada”, afirmou.

De acordo com o secretário, a disparidade entre as nações evidencia a urgente necessidade de apoio financeiro e técnico dos países ricos. “Defendemos que a comunidade internacional avance na construção de instrumentos financeiros mais ágeis, acessíveis e direcionados às necessidades reais”, completou.

No primeiro dia da agenda, quarta-feira (8), Wolnei visitou um parque referência no combate às ondas de calor na Cidade do Cabo. A agenda na África do Sul está prevista até o dia 13 de outubro.

Presidência do Brasil

Entre dezembro de 2023 e novembro de 2024, o Brasil assumiu, pela primeira vez, a presidência do G20 e colocou na pauta prioridades como a reforma da governança global, as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) e o combate à fome, pobreza e desigualdade.

No Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres, foram adotadas seis prioridades para orientar as ações brasileiras e as contribuições dos países membros. Foram elas:

Combater as desigualdades e reduzir as vulnerabilidades;
Cobertura global dos sistemas de alerta precoce;
Infraestruturas resilientes a catástrofes e às alterações climáticas;
Estratégias de financiamento para redução do risco de desastres;
Recuperação, reabilitação e reconstrução em caso de desastres;
Soluções baseadas na natureza.

G20

O Grupo dos Vinte, o G20, nasceu após uma sequência de crises econômicas mundiais. Em 1999, países industrializados criaram um fórum para debater questões financeiras. Em 2008, no auge de mais uma crise, o grupo teve a primeira reunião de cúpula com chefes de Estado e, desde então, não parou de crescer no âmbito das discussões sobre estabilidade econômica global.

Com presidências rotativas anuais, o G20 desempenha papel importante nas grandes questões econômicas internacionais. Atualmente, além de 19 países dos cinco continentes (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia), integram o fórum a União Europeia e a União Africana. O grupo agrega dois terços da população mundial, cerca de 85% do PIB global e 75% do comércio internacional.

A agenda do G20 inclui outros temas de interesse da população mundial, como comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente, mudanças climáticas e combate à corrupção.

Ascom MIDR