Arnaldo Santtos 

A pequena Hannaha Letísia Cordeiro Barbosa, de 9 anos, saiu da sala de aula com um novo sonho: ser médica para salvar vidas. Aluna do 3º ano do ensino fundamental, ela foi uma das participantes do Projeto Samu nas Escolas (PSE), nesta sexta-feira (10), na Escola Estadual Professor Eduardo Almeida da Silva, no bairro Garça Torta, em Maceió.

A ação educativa, promovida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), tem levado conhecimento sobre primeiros socorros e conscientização sobre os prejuízos dos trotes a estudantes da rede pública — e também plantado sementes de futuros profissionais da saúde.

Com aproximadamente 650 estudantes do ensino fundamental e médio — com idades entre 6 e 18 anos —, a escola recebeu acadêmicos de medicina e enfermagem da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em uma ação conjunta com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e o Samu. A manhã foi marcada por atividades teóricas e práticas que proporcionaram aprendizado e cidadania.

O projeto tem como objetivo principal reduzir o número de trotes ao número 192, além de instruir os alunos sobre procedimentos de primeiros socorros em situações como engasgo, desmaio, choque elétrico e queimaduras. A ação tem mostrado resultados positivos na conscientização da comunidade escolar e na diminuição de chamadas falsas ao serviço.

“O Samu nas Escolas é um projeto cidadão”, destacou a coordenadora do Samu em Maceió, Beatriz Santana. “Ele não apenas ensina primeiros socorros, mas forma cidadãos conscientes da importância do Samu para a comunidade. Ao entenderem os malefícios dos trotes — que atrasam atendimentos reais e colocam vidas em risco —, crianças, adolescentes e até adultos passam a respeitar esse serviço essencial”, completou.

A Articuladora de Ensino da escola, Rita de Cássia Murici Reis, também ressaltou a importância da ação; “As informações passadas aos alunos são bastante relevantes, especialmente sobre primeiros socorros e a conscientização contra trotes. Aqui temos muitos adolescentes, e é fundamental que eles compreendam o mal que os trotes causam ao Samu e à população. O Projeto Samu nas Escolas é fantástico”, afirmou.

Com os olhos brilhando, Hannaha contou o que aprendeu durante as atividades. “Aprendi a ajudar um bebê e uma pessoa adulta a desengasgar, mas o que mais gostei foi sobre queimadura”, disse. “Quando eu crescer, vou ser médica para cuidar das pessoas”, disse a menina, emocionada com a experiência ao lado dos acadêmicos e profissionais do Samu.

Ao final das atividades, os estudantes puderam visitar uma ambulância do Samu, o que despertou grande curiosidade e empolgação. Muitos quiseram saber como funciona, na prática, um atendimento de urgência.

As ações do Samu nas Escolas ocorrem todas as sextas-feiras, às 7h30 e às 13h30. Escolas interessadas em receber o projeto devem entrar em contato com a assistente social do Samu, Maria Lierge Batista, pelo e-mail [email protected], informando a faixa etária dos alunos para agendamento.

A próxima instituição a ser contemplada será a Escola Municipal Professor Deraldo Campos, localizada na Rua Tenente Moisés S. Firmino, s/n, no bairro do Vergel do Lago.