Notícias

Alagoas discute desenvolvimento rural sustentável durante conferência estadual

Conferência foi coordenada em Alagoas, dentre outros órgãos, pela Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária | Beatriz Fireman /Ascom Seagri

Tatiane Bastos 

Integrantes da sociedade civil organizada e o poder público das esferas federal, estadual e municipais discutiram o desenvolvimento rural sustentável durante a 3ª Conferência Estadual do Territórios realizada nesta quarta (10) e quinta-feira (11), em Maceió. A iniciativa fechou o ciclo dos encontros que percorreram as nove regiões alagoanas, construindo uma agenda política estratégica que será levada à Brasília em 2026.

A conferência foi coordenada em Alagoas pela Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagri), a Superintendência do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SFDA/AL) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (CONDRAF). A solenidade de abertura ocorreu na noite de quarta-feira (11) e contou com a presença do secretário Marcelo Melo, que destacou a importância do debate com os territórios que há 12 anos não era realizado em Alagoas.

“Falar de desenvolvimento rural é reconhecer que os territórios rurais são fundamentais para a segurança alimentar, para a preservação ambiental e para a redução das desigualdades sociais. Pensamos aqui, juntos, em soluções que vão fortalecer a produção familiar, ampliar a inclusão produtiva, valorizar os saberes e consolidar novas políticas públicas que façam sentido para quem vive e produz no campo”, afirmou o gestor da Seagri.


Ele ressaltou as políticas públicas implementadas pelo Governo de Alagoas que fortalecem a produção agropecuária, sobretudo que a agricultura familiar no estado produza com inclusão, com justiça social, com respeito ao meio ambiente, estimulando as economias locais.

“Alagoas já está em movimento. Realizamos o Circuito Regional de Feiras da Agricultura Familiar em 2025 e no próximo ano vamos ampliar sua presença nos territórios. A Emater Alagoas também recebeu novos técnicos de campo para atuar nas regionais do estado. Também seguiremos com o Planta Alagoas, que garante sementes de milho e feijão para que a produção familiar tenha condições reais de iniciar sua safra. Estamos construindo um modelo de agricultura que olha para as pessoas, para o território e para o futuro”, pontuou Marcelo Melo.

A cacique Rilmara Araújo, da comunidade indígena Katokinn, localizada no Alto Sertão, em Pariconha, representou os povos indígenas alagoanos na abertura da Conferência Estadual.

“Essa iniciativa é muito importante porque nos apresenta alternativas para a convivência com o semiárido. Em Pariconha somos mais de 5 mil indígenas. Nós somos muitos! E as propostas que saem daqui vão fortalecer a nossa vida dentro do território, através de financiamentos e conhecimentos para que possamos reconquistar o bem viver”, declarou.

Durante esta quinta-feira (11), foi realizada a apresentação das seis propostas e a eleição dos 34 Delegados para a 3ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário, que será realizada no mês de março de 2026, em Brasília, e debaterá sobre os resultados sistematizados das proposições aprovadas nas etapas setoriais, temáticas, digital, territoriais, estadual e distrital.

“Nós representamos as 1.100 pessoas que participaram das conferências territoriais. E elas representam 100 mil famílias de quilombolas, ciganos, indígenas, pescadores, extrativistas, agricultores familiares, acampados, assentados e estudantes. Construímos propostas viáveis e que façam a transformação real na vida desses produtores. Agora vamos levá-las para o ministro Paulo Teixeira [MDA] e para o presidente Lula, em Brasília”, revelou o superintendente do Desenvolvimento Agrário em Alagoas, Gilberto Coutinho.

Também participaram da solenidade de abertura o secretário executivo da Agricultura Familiar, Ronaldo Targino; o superintendente do Ministério da Agricultura e Pecuária, Jorge Marques; representantes da Unicafes Alagoas, da Fetag-AL, dos movimentos sociais do campo e da cidade, da CUT, entre outras lideranças políticas e da sociedade civil organizada.