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“Yellow Cake”, novo longa de Tiago Melo, faz sua estreia mundial na mostra Tiger Competition do Festival de Roterdã

Ficção científica marca o retorno do cineasta ao IFFR. Trama acompanha personagem que precisa unir conhecimento científico e sabedoria popular para reverter uma catástrofe | Gilvan Barreto

“Yellow Cake”, novo longa de Tiago Melo (“Azougue Nazaré”), fará sua estreia mundial na mostra competitiva (Tiger Competition) do Festival de Roterdã, que acontecerá entre 29 de janeiro e 8 de fevereiro. O filme é estrelado por Rejane Faria (“Marte Um”, “Três Graças”) e traz a volta de Tânia Maria (“O Agente Secreto”) às telas, além de reeditar a parceria do diretor com Valmir do Côco. A trama acompanha Rúbia Ribeiro (Rejane Faria), uma cientista nuclear envolvida em um projeto secreto para erradicar o Aedes aegypti utilizando urânio extraído da região.

O longa marca o retorno de Tiago Melo ao Festival de Roterdã, onde recebeu o prêmio Bright Future por “Azougue Nazaré” em 2018. O evento, uma das vitrines mais importantes do cinema mundial, tem como característica a seleção de obras de talentos emergentes, com filmes de estética arrojada e temáticas ousadas. “Estar de volta a Roterdã, agora participando da Tiger, é muito especial”, fala Melo. “Acreditamos estar no lugar certo para mostrar o filme pela primeira vez, porque nos identificamos com o tipo de cinema que o universo fantástico explorado no longa.

Ambientado em Picuí, situada em uma região conhecida por ter “Terras Raras”, na Paraíba, “Yellow Cake” leva ao cinema o universo particular desta cidade marcada por garimpos e histórias envolvendo minerais como tântalo, nióbio e urânio. A presença da mineração também faz parte do imaginário da cidade, dando origem a histórias sobre mutações e contaminações por esses elementos, que, por sua vez, contribuem para o universo fantástico explorado no longa.

“Yellow Cake” é uma produção da Lucinda Filmes, Urânio Filmes e Jaraguá Produções, com coprodução da Cinemascópio e Olhar Filmes. A distribuição nos cinemas brasileiros fica por conta da Olhar Filmes. O filme foi realizado com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, do Funcultura, Sic Recife e Lei Paulo Gustavo, e conta com apoio do Projeto Paradiso para o lançamento no festival.

SINOPSE

Na cidade de Picuí, no sertão da Paraíba, um grupo de cientistas tenta erradicar o mortal mosquito Aedes aegypti — transmissor da dengue — por meio de um experimento secreto intitulado Yellow Cake. Utilizando o urânio extraído da região, o projeto pretende esterilizar os mosquitos e assim conter a disseminação da doença. A física nuclear Rúbia Ribeiro (Rejane Faria) integra o experimento.

ELENCO

Rejane Faria
Valmir do Côco
Tânia Maria
Spencer Callahan
Wolfgang Pannek
Alli Willow
Rosa Malagueta
Galeguinho Zé Matias
Severino Dadá

FICHA TÉCNICA

Direção: Tiago Melo
Produção: Carol Ferreira, Leonardo Sette, Luiz Barbosa e Tiago Melo
Argumento: Jeronimo Lemos e Tiago Melo
Roteiro: Amanda Guimarães, Anna Carolina Francisco, Gabriel Domingues, Jeronimo Lemos e Tiago Melo
Diretora assistente: Débora de Oliveira
Direção de fotografia: Gustavo Pessoa
Fotografia adicional: Ivo Lopes Araujo
Direção de arte: Ananias de Caldas e Avelino los Reis
Figurino: Mariana Braga, Gabriella Marra e Rodrigo Rosa
Montagem: André Sampaio
Som direto: Danilo Carvalho
Caracterização e efeitos: Anita Tagliavini
Casting: Gabriel Domingues
Still: Gilvan Barreto

TIAGO MELO | Diretor

Tiago Melo começou sua carreira artística no teatro. Ainda jovem, seguiu para Cuba, onde foi aluno da Escuela Internacional de Cine y Televisión (EICTV), em San Antonio de los Baños.
Conta com mais de 20 anos de dedicação ao cinema. É produtor associado dos longas “Bacurau”, Prêmio do júri Festival de Cannes 2019, e “Boi Neon”, premiado no Festival de Veneza. Como diretor e roteirista, Tiago assina o premiado curta-metragem “Urânio Picuí” (2012). O seu primeiro longa-metragem de ficção, “Azougue Nazaré”, ganhou o prêmio de melhor filme na Bright Future do festival de Rotterdam em 2018. O filme circulou por mais de 40 festivais internacionais e acumulou mais de 20 prêmios. “Yellow Cake” é seu segundo filme de ficção.

REJANE FARIA

Atriz, diretora e professora de teatro, Rejane Faria é mineira de Belo Horizonte e fundadora do grupo teatral Quatroloscinco. Presença recorrente no audiovisual brasileiro contemporâneo, atuou em mais de quarenta filmes e séries, com destaque para “Temporada” (dir. André Novais Oliveira, 2017); “Paterno” (dir. Marcelo Lordello, 2022); e “Marte Um” (dir. Gabriel Martins, 2022), vencedor de quatro prêmios, incluindo melhor filme, no Festival de Gramado; e “A melhor mãe do mundo” (dir. Anna Muylaert, 2025). Foi pela personagem de Tércia, a mãe do menino que sonha em ser astronauta de “Marte Um”, que Rejane foi eleita a melhor atriz nacional pelo júri do festival Sesc Melhores Filmes em 2023.

VALMIR DO CÔCO

Valmir Severino João é um artista de berço. Nascido em Nazaré da Mata, cidade no interior de Pernambuco, ele vem de uma família em que o avô, o pai e a mãe brincavam no maracatu, folguedo que herda as manifestações da cultura africana. Já com o nome artístico de Valmir do Côco, enveredou pela primeira vez no cinema em “Azougue Nazaré” (2018), de Tiago Melo, no qual interpreta o protagonista Catita. Na estreia foi reconhecido pelo talento: ganhou o troféu de melhor ator no Festival do Rio de 2019, de onde o longa-metragem saiu como melhor montagem e o prêmio especial do júri. Atuou em “Bacurau” (dir. Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, 2019), e em “Carro Rei” (dir. Renata Pinheiro, 2021). Ele é Catita em “Yellow Cake”, repetindo o nome do personagem da sua primeira colaboração com o diretor.

TÂNIA MARIA

Artesã e costureira, moradora de Santo Antônio da Cobra, povoado em Parelhas, no interior do Rio Grande do Norte, Tânia Maria entrou no audiovisual por acidente. Quando uma produção de cinema chegou à sua comunidade para rodar “Bacurau” (2019), ela trabalhou como figurante e ganhou algumas cenas no longa-metragem. Anos depois, assumiu um papel marcante em “O Agente Secreto” (2025), filme premiado com o troféu de melhor roteiro e melhor ator (Wagner Moura) no Festival de Cannes. Aos 78 anos, a agora atriz em tempo integral esteve em “Seu Cavalcanti” (dir. Leonardo Lacca, 2024) e rodou a série policial “Delegado” (dir. Leonardo Lacca e Marcelo Lordello), com previsão de estreia em 2026. Figura essencial na trama, Dona Rita é seu personagem em “Yellow Cake”.

Lucinda Filmes

Empresa cinematográfica brasileira com quinze anos de experiência. Fundada pelo realizador, fotógrafo e montador Leonardo Sette, rodou “Porcos Raivosos” (dir. Isabel Penoni e Leonardo Sette, 2012), exibido na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes e premiado como melhor filme no Glasgow Short Film Festival (Prêmio Bill Douglas), e coproduziu “Ventos de Agosto” (dir. Gabriel Mascaro), que recebeu menção especial do júri no Festival de Locarno em 2014. Produziu “Azougue Nazaré” em 2018.

Urânio Filmes

Produtora brasileira independente sediada em Rio Branco, no Acre/Brasil. Fundada pela produtora, figurinista e roteirista Mariana Braga, em parceria com o produtor, diretor e roteirista Tiago Melo, que assinou “Azougue Nazaré” (2018), sua estreia na direção de longas-metragens, exibido em Rotterdam, Cinelatino Toulouse (França), New Directors New Films (Estados Unidos) e BAFICI, em Buenos Aires, onde recebeu o prêmio de melhor direção.

Jaraguá Produções

Com atuação nas áreas de música, artes visuais e cinema desde 2011, a produtora vem se destacando em projetos documentais, a exemplo de “Prelúdio da Fúria” (dir. Gilvan Barreto, 2017), aprovado no edital Rumos Itaú Cultural; “Em Nome da América”, de Fernando Weller, vencedor do prêmio de melhor documentário na 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 2017; e “Gyuri” (dir. Mariana Lacerda, 2022). Para televisão, produziu a série “Histórias de Fantasmas Verdadeiros para Crianças”, também de Mariana Lacerda.

Assessoria