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Maceió/Al, 08 de maio de 2024

Colunistas

Arnóbio Cavalcanti Arnóbio Cavalcanti
Doutor em Economia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, HHESS, França. Professor da Universidade Federal de Alagoas com linhas de pesquisa em Finanças Públicas, Economia do Setor Público, Macroeconometria e Desenvolvimento Regional.
07/03/2024 às 14:27

A influência da poupança no crescimento econômico: por que temos que poupar?

Para a economia, poupança é a parte da renda que não é consumida. Os estudos econômicos revelam que os países mais pobres apresentam propensão marginal a poupar menor (gastam quase toda sua renda em consumo) que os países desenvolvidos.  Nos países desenvolvidos, por sua vez, a poupança é destinada ao investimento se transformando gerar crescimento da sua capacidade produtiva (construções, instalações, máquinas, dentre outros). O investimento traduz-se como a principal variável econômica para explicar o crescimento de um país.

Existe uma dicotomia na literatura econômica sobre esse conceito. A teoria neoclássica considera que o ato de poupar ocorre porque o agente econômico se abstém de consumir. A concepção keynesiana, por outro lado, acredita que a poupança é, de fato, uma sobra da renda e só aparece quando a mesma excede o consumo.

QUAIS SÃO OS MOTIVOS QUE LEVAM OS INDIVÍDUOS A POUPAR?

A teoria econômica distingue três motivos que levam os agentes poupar:

Rendimento

No intuito de aumentar sua renda, os indivíduos buscam a poupança como uma nova maneira de suplementar a renda.

Precaução

Os indivíduos mais precavidos consideram a poupança como uma resposta para a cobertura de uma despesa aleatória (imprevisível) futura.

Consumo diferenciado

A propensão das pessoas em poupar surge também quando a agente tem interesse de comprar um bem (durável) cujo valor ultrapassa seu rendimento. Trata-se, nesse caso, da prática do entesouramento. 

QUAAIS SÃO OS DETERMINANTES DA POUPANÇA?  

Os economistas consideram que o ato de poupar é resultante de uma ação simultânea de vários fatores, tornando-se difícil estabelecer um grau de importância entre eles.

No curto prazo, a taxa de poupança é influenciada por quatro fatores:

O ritmo de evolução da renda

A teoria econômica considera que os indivíduos apresenta uma inércia em relação ao consumo. A partir do momento que sua renda cresce de maneira considerável, o agente mantém o seu nível de consumo no curto prazo e ele não tem outro caminha a não ser poupar. Peara os economistas, o indivíduo leva um tempo para se adaptar ao seu novo padrão de renda.

A conjuntura econômica

A decisão de poupar leva também em consideração a racionalidade do agente, bem como suas antecipações racionais. Quando de uma situação de instabilidade econômica - inflação, desemprego, por exemplo – há uma tendência que os indivíduos ficarem precavidos, elevando a taxa de poupança.

Taxa de juros

Para os neoclássicos a alta da taxa de juros tende a estimular a elevação da poupança (busca para uma melhorar a remuneração).

Variações dos preços patrimoniais

A decisão de poupar leva em conta o quadro de variação da gestão patrimonial. Numa conjuntura de elevação dos preços dos bens patrimoniais (imóveis) há um efeito negativo no ato de poupar das pessoas.  Tendo em vista a racionalidade do agente econômico, os indivíduos buscam retirar seus ativos financeiros e aplicar no setor imobiliário.

Diante desses fatos, a saída para uma retomado do crescimento de Alagoas está na elevação de sua poupança? Na sua opinião, quais seriam os mecanismos para aumentar a poupança dos alagoanos?

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