Meio cara pálida, com DNA indígena, expertise política e exímio fura-fila (no sentido político), Adeilson Bezerra, por pouco, não comprometeu o implante de Renan Calheiros, ao avistá-lo, ontem, num dos gabinetes mais movimentados do Supremo Tribunal Federal, o popular STF.

Adeilson, que é presidente estadual do Solidariedade, estava lá acompanhado com deputado federal Paulinho da Força, presidente nacional do partido. “Bezerra! Você aqui? O que é isso, Bezerra?”, questionou Renan. “Calma, Renan! Não é o que você está pensando. Estou em missão no processo da demarcação das terras indígenas, na defesa dos agricultores de Palmeiras dos Índios. Marcamos audiência com o Ministro Gilmar Mendes e já conversamos”, justificou Bezerra, aliado desde sempre dos Calheiros.

“P... Bezerra! Essas coisas a gente conversa”, retrucou Renan. “Neste caso, não. Estou correndo, lutando feito cara pálida nesse processo. Você e o Arthur Lira não estão focados nisso; eu estou e o Presidente Paulinho tá nessa luta comigo. O Ministro Gilmar Mendes (que é responsável pelas ações que tratam sobre o Marco Temporal na Corte) está ciente e certamente vai compreender melhor o requerimento que o Solidariedade protocolou no STF, pedindo a suspensão de todos os processos de demarcação de terras indígenas em curso no país, inclusive o que trata da Terra Indígena Xucuru-Kariri, em Palmeira dos Índios. Essa luta é minha, Renan”, peitou Bezerra, com ar de Xerife (da causa).

Detalhe: recebi a informação ontem à noite, direto da fonte que também acompanhava Adeilson Bezerra. Conferi com Bezerra, que pediu calma a mim (kkk – já pensou?). “Sim! Tivemos a audiência com o Ministro Gilmar Mendes e defendemos a necessidade de estabilidade jurídica e equilíbrio entre os direitos constitucionais à propriedade privada e à posse tradicional indígena, mas deixa isso quieto. Essa luta é minha. Os caras (já citados) estão focados em outras coisas. Espero resolver isso no STF, porque a demarcação das terras Indígenas em Palmeira é totalmente diferente das demais que acontecem no país".

Cuidado com o salto, Bezerra! Índios e caras-pálidas dificilmente se entenderão.