Número de doações de órgãos recua em Alagoas, no semestre
Dados da Central de Transplante mostram que foram realizados 53 transplantes no Estado, no período

Carlos Nealdo
Problemas de logísticas e o aumento de negativas das famílias fizeram o número de transplante de órgãos recuar em Alagoas, no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Dados da Central de Transplantes de Alagoas, unidade responsável pela coordenação das atividades de transplantes em nível estadual, revelam que nos primeiros seis meses deste ano foram realizados 53 transplantes - a maioria deles (48) de córneas - contra 59 transplantes realizados no mesmo período de 2015.
Segundo o levantamento, a retração maior se deu no transplante de rim, que recuou de 10 procedimentos no primeiro semestre do ano passado, para 4 no mesmo período deste ano.
"Infelizmente, a população tem que entender que órgão não se compra na farmácia, como medicamento. Só vai acontecer doação se as famílias [dos mortos] se desprenderem", lamenta Lisieux Ferro, assistente social da Central de Transplante, órgão que responsável também por fornececer dados para o Registro Brasileiro de Transplantes, da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
Nesta segunda-feira, 22, a entidade nacional divulgou levantamento mostrando que o número de doadores efetivos de órgãos no Brasil subiu de 13,1 por milhão de habitantes para 14 por milhão no segundo trimestre deste ano.
“Essa taxa de doadores efetivos vinha caindo ao longo de 2015, se estabilizou no primeiro trimestre de 2016 e começou a subir agora, no segundo trimestre deste ano”, disse o coordenador da Comissão de Remoção de Órgãos da ABTO, José Lima Oliveira Júnior.
Apesar do aumento, o número de doadores efetivos ficou abaixo do esperado para o período, de 16 por milhão de habitantes, e longe do considerado ideal. Além disso, os transplantes feitos caíram no segundo trimestre, assim como o total de potenciais doadores, principalmente nos estados mais populosos do país (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais). As informações são da Agência Brasil.
Em Alagoas, segundo o levantamento da ABTO, o número de doadores efetivos no primeiro semestre deste ano foi de 1,8 por milhão de habitantes - muito inferior do que a média nacional, fazendo com que o Estado ocupasse o antepenúltimo lugar do País.
Ainda segundo a associação, atualmente, o número de pacientes à espera de um transplante é de 265, sendo 121 esperando um rim, 141 uma córnea e 3, coração.