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Viagem pela história da arte em palestra da ALANE-ALAGOAS

Acadêmicos da ALANE-AL com a palestrante Carmen Lúcia Dantas.jpeg

Uma viagem pela história da arte – do erudito ao popular - na reunião da Academia de Letras e Artes do Nordeste – Núcleo Alagoas (ALANE/AL) ocorrida na terça-feira (05), no auditório da Reitoria do IFAL, no bairro da Jatiúca. A presidente Nara Núbia de Melo Sá, abriu o encontro que teve como destaque a palestra da museóloga Carmen Lúcia Dantas, intitulada “Alagoas: Um circuito da arte em movimento”.

Em sua apresentação, a museóloga percorreu momentos marcantes da história da arte ocidental – da arte sacra medieval ao Renascimento, passando pelo Barroco e pelo modernismo brasileiro. Relembrou que, por muito tempo, a arte oficial ignorou as expressões populares e indígenas, priorizando padrões europeus.

Carmem Dantas também destacou a produção artesanal da Ilha do Ferro, um povoado a 18km da cidade de Pão de Açúcar, no sertão alagoano. Ela encantou a platéia com imagens e relatos sobre o povoado de 500 habitantes às margens do rio São Francisco, onde a arte é vivida cotidianamente. Lá, homens e mulheres transformam madeira, tecidos e saberes em obras-primas. Carmen relembrou a importância das mulheres bordadeiras da região, organizadas em cooperativas e cuja produção é conhecida internacionalmente.

A palestrante foi homenageada pelos acadêmicos, que destacaram a sua importância para a arte e a cultura de Alagoas. Jorge Soares (presidente da Academia Maceioense de Letras) definiu Carmen como a “guardiã do passado e que transforma o passado em presente”. O acadêmico João Bosco revelou raízes familiares ligadas à Ilha do Ferro. Selma Brito (vice-presidente da ALANE-AL) confessou que ‘ficaria até o outro dia ouvindo a museóloga”. Já Moezio de Vasconcellos (presidente da Federação das Academias de Letras, Artes, Cultura e Ciências de Alagoas) lamentou a falta de apoio do poder público à cultura e enalteceu a palestrante: ”Você apresentou uma historiografia fantástica”.

O momento poético completou a manhã cultural com vários acadêmicos declamando poemas. A acadêmica Madalena Oliveira, caracterizada, apresentou instrumentos e indumentárias do folclore, em homenagem à data, celebrada durante todo este mês. Encerrando o evento, a presidente Nara Sá, reforçou a importância da ALANE para a valorização da cultura de Alagoas. “Momentos como este reafirmam o nosso compromisso com a cultura viva do nosso povo. A nossa Academia é esse espaço de preservação, escuta e afeto”, disse.