Notícias

MPAL e DPE levam “Expresso Leitura” ao Vergel do Lago com atendimentos a pessoas em situação de rua, estudantes da EJAI e indígenas Warao

Estimular o hábito da leitura, levar assistência jurídica, promover cidadania, receber e discutir demandas. Foi com esses objetivos que o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) e a Defensoria Pública Estadual (DPE) realizaram, nesta sexta-feira (8), mais uma edição do projeto “Expresso Leitura – Livros em Movimento”.

A iniciativa, que contou com a parceria da Secretaria Municipal de Educação (Semed), do Colaboratório da Fiocruz e do Movimento Nacional da População de Rua, ocorreu na sede do Conselho Tutelar e do MP Comunitário, no Vergel do Lago, em Maceió, e recebeu pessoas em situação de rua, estudantes da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI) e indígenas Warao.

Representante do MPAL no projeto, a promotora de Justiça com atribuição na Defesa dos Direitos Humanos, Alexandra Beurlen, enfatizou que a leitura tem capacidade revolucionária. “Ela traz empoderamento, cidadania, identificação, reconhecimento. A gente precisa estimular essa atividade num mundo completamento digitalizado, inclusive oportunizar a leitura para comunidades vulnerabilizadas”, ressaltou.

No local, dezenas de livros arrecadados em campanhas internas do MPAL e da DPE com seus servidores e membros estavam à disposição dos usuários para doação. Mas uma parte deles foi reservada para estruturação de uma biblioteca no prédio, que já abriga o Conselho Tutelar e o MP Comunitário e que, a cada 15 dias, vai receber atividades do projeto “Expresso Leitura – Livros em Movimento”.

Quem aproveitou a oportunidade foi Alex Sandro de Andrade, educador social que está em situação de rua acolhido pelo abrigo Casa de Ranquines. Ele se interessou por três livros e disse que gosta de obras sobre o comportamento humano.

Para o defensor público Isaac Souto, o “Expresso Leitura” conjuga a questão cultural e educacional com serviços jurídicos, ações de direito do consumidor e consultas processuais. Segundo ele, a DPE garantiu assistência para casos de emissão de segunda via de certidão de nascimento, casamento, óbito, divórcio, união estável, mudança de gênero na documentação e abertura de ação sobre pensão alimentícia.

Entre as pessoas que procuraram atendimento, estavam indígenas da etnia Warao, venezuelanos que estão desde 2020 em Maceió em situação de rua. O grupo, hoje formado por 89 pessoas, vive em um abrigo mantido pelo poder público no bairro Benedito Bentes, parte alta da capital. Um dos representantes dos Warao, Arjenis Jesus Mendonza, disse qual é o sonho das famílias: “Conquistar uma terra em área rural para que possamos reinstalar nossa aldeia e viver da agricultura, pecuária e pesca, de forma sustentável, em contato com a natureza”.

No abrigo mantido pela Prefeitura, segundo ele, a alimentação ainda está inadequada e não respeita suas tradições culturais. O motivo da ida deles ao Expresso Leitura foi apresentar as necessidades das famílias e buscar melhorias.

Os encontros do projeto “Expresso Leitura” acontecerão a cada 15 dias na unidade do MP Comunitário, situado na Rua Marquês de Pombal, 32, no Vergel do Lago, com espaço aberto para qualquer pessoa em situação de vulnerabilidade com interesse por leitura e educação por direitos.

Ascom MPAL