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15 de outubro: Dia de luta e descontentamento para professores de Maceió e Alagoas

Presidente do Sinteal: “E não há como priorizar a Educação sem priorizar os profissionais que estão nas salas de aula vivenciando os problemas da escola diariamente

Edmilson Teixeira

Hoje, quarta-feira, 15 de Outubro, Dia do Professor, tradicionalmente marcado por homenagens e reconhecimento, se transformou em um dia de luta e profundo descontentamento para centenas de professores que integram as redes públicas de ensino de Maceió e do Estado de Alagoas, segundo levantamento exclusivo de nossa reportagem.

Nas redes sociais, o sentimento é de indignação generalizada. Longe de celebrar, a categoria utiliza a data para expor as feridas abertas pela desvalorização salarial e a percepção de falta de respeito por parte dos gestores públicos. O retrato falado traçado pelos educadores é de um cenário de desânimo profissional.

As recentes negociações salariais, tanto com a Prefeitura de Maceió, sob a gestão do prefeito JHC, quanto com o Governo de Alagoas, liderado por Paulo Dantas, foram feitas, segundo os professores, "à base da pressão". Dias de greve, paralisações e mobilizações foram necessários para que houvesse algum avanço nas propostas, que acabaram sendo concedidas "a seu bel prazer" pelos gestores. A situação se agravou quando a categoria foi forçada a retornar aos trabalhos por força de decisões judiciais, o que é classificado por muitos como "uma vergonha" e uma afronta ao direito de greve.

"Dia de Luta"

Em meio à insatisfação, a palavra de ordem é mobilização. A reportagem conversou com Izael Ribeiro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal), que reforça a necessidade de transformar a data em um momento de reflexão e ação.

“Em uma conjuntura onde a Educação vem sofrendo ataques sistemáticos e as professoras e os professores são cada vez mais desvalorizados, o dia de hoje tem de ser para a luta. Temos que nos valorizar enquanto educadores, recuperar a nossa autoestima e mostrar à sociedade que passou da hora da Educação realmente se tornar prioridade”, afirmou Ribeiro.

O presidente do Sinteal é enfático ao correlacionar a qualidade do ensino à valorização profissional: “E não há como priorizar a Educação sem priorizar os profissionais que estão nas salas de aula vivenciando os problemas da escola diariamente”, concluiu, sublinhando que a falta de valorização do professor é o principal entrave para a melhoria do sistema educacional alagoano.

Assim, o Dia do Professor de 2025 é marcado, em Alagoas, por uma categoria que se recusa a aceitar o papel de mero coadjuvante e clama por dignidade, respeito e salários que condigam com a importância de sua missão.