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A inteligência artificial pode substituir o médico? Especialista alerta sobre riscos e limites do uso da IA na saúde

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Com o avanço da tecnologia e o aumento do uso de chatbots para diagnósticos e orientações médicas, o médico Djairo Araújo reforça a importância de equilibrar inovação e responsabilidade no cuidado com a saúde.

O uso da inteligência artificial (IA) na medicina vem crescendo de forma acelerada, impulsionado por ferramentas como o ChatGPT e outros assistentes digitais. O Brasil, segundo dados da OpenAI, já está entre os três países que mais utilizam essas plataformas no mundo — atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia.

Mas, junto ao avanço tecnológico, surge uma preocupação crescente: a tendência de pacientes recorrerem à IA para consultas, diagnósticos e decisões terapêuticas, sem a avaliação de um profissional de saúde. O alerta é claro — e vem de especialistas que reconhecem o potencial da IA, mas ressaltam seus limites éticos, clínicos e de segurança.

O que diz a ciência?

A inteligência artificial tem se mostrado uma aliada poderosa em áreas como radiologia, patologia e análise de dados clínicos, ajudando médicos a interpretar exames com mais precisão e rapidez. Em muitos casos, a tecnologia atua como um suporte diagnóstico, oferecendo análises complementares que ampliam a capacidade de decisão médica.

No entanto, estudos publicados em revistas como The Lancet Digital Health e Nature Medicine reforçam que os modelos de IA ainda não substituem o julgamento clínico humano. Apesar da precisão algorítmica, faltam às máquinas elementos fundamentais para o exercício da medicina: empatia, interpretação subjetiva e capacidade de correlação entre contextos humanos complexos.

“A inteligência artificial pode ajudar, mas jamais substituir o raciocínio clínico. O contato humano, o exame físico e a escuta são insubstituíveis”, destaca o Dr. Djairo Araújo.

Por que isso importa?

Com a popularização das IAs generativas, cresce o número de pessoas que utilizam chatbots para “consultas rápidas” ou para interpretar sintomas antes de buscar um médico. Essa prática, embora pareça inofensiva, pode atrasar diagnósticos, gerar automedicação, aumentar erros terapêuticos e mascarar doenças graves.

“Tenho observado em consultório que muitos pacientes chegam com interpretações prontas da internet, e isso frequentemente gera ansiedade e condutas incorretas. A IA pode ser uma ferramenta de apoio, mas o tratamento deve ser individualizado e supervisionado”, reforça o médico.

Além disso, há o risco técnico conhecido como “alucinação de IA” — quando o sistema gera respostas incorretas ou imprecisas com aparência de verdade. Essa limitação pode comprometer seriamente a segurança do paciente, especialmente em casos que exigem decisões imediatas.

O que deve ser feito?

Para o futuro, o desafio está em integrar a IA ao cuidado humano sem substituir o médico. A tecnologia pode — e deve — ser usada como ferramenta de apoio, auxiliando em diagnósticos complexos, análises laboratoriais, organização de dados e educação médica.

“Como médico, acredito que a inteligência artificial pode ser uma aliada valiosa, desde que usada com responsabilidade, consciência e supervisão profissional. Ela amplia nossa capacidade de cuidar, mas não elimina o essencial: o contato humano e a escuta ativa”, afirma Djairo.

Ele defende ainda que o uso ético da IA deve vir acompanhado de educação digital em saúde, tanto para profissionais quanto para pacientes, garantindo que a inovação caminhe lado a lado com a segurança e a empatia.

Por Comunique – Marketing e Assessoria Médica