Ana Paula Lins e Manuella Nobre

O ano de 2025 registrou não só avanços e vitórias na aprendizagem dos estudantes da rede estadual, mas também conquistas no desporto escolar. De medalhas em competições escolares e convocações para a Seleção Brasileira, os alunos da rede estadual brilharam com determinação, garra e poder de superação. Nesta segunda reportagem da Retrospectiva 2025, da Secretaria Estado da Educação (Seduc), faremos um apanhado destas façanhas do esporte.

Bronze nos Jogos Mundiais Escolares

Em abril de 2025, Esthefany de Assis, aluna da Estadual Teotônio Vilela, no Cepa, trouxe bronze para o Brasil nos Jogos Mundiais Escolares/Gymnasiade, que foi disputado na cidade de Zlatibor, na Sérvia. Ela conquistou a única medalha brasileira na modalidade Wrestling.

A adolescente alagoana lutou contra atletas da China, Azerbaijão e Ucrânia. Também teve que enfrentar neve e temperaturas abaixo de zero no outono sérvio. “Estava nervosa na primeira luta, mas os técnicos da Seleção Brasileira me passaram confiança e consegui vencer as outras adversárias. Também enfrentei muito frio dentro do ginásio, tinha que estar sempre me aquecendo. Mas, no fim deu tudo certo e trouxe esta medalha para Alagoas e para o Brasil”, relatou Esthefany.

Esta foi a segunda medalha de Esthefany nos Jogos Mundiais Escolares/Gymnasiade. Em 2023, quando a competição aconteceu no Rio de Janeiro, ela ganhou o bronze no estilo livre até 46 kg em disputas contra adversárias da China e dos Estados Unidos.

Roberto Amorim, técnico que descobriu e lapidou o talento da jovem, destacou o potencial de Esthefany. “Estamos muito felizes. O que vimos na Sérvia foi um nascimento de um sonho, que o esporte ultrapassa fronteiras. A Esthefany é uma prova viva, uma história que começou a ser escrita em uma competição de alto nível com atletas do mundo todo e extremamente bem-preparados. E, ela brilhou neste cenário. Parabenizo-a pelo seu esforço e dedicação”, falou Roberto, que é diretor-adjunto da Escola Estadual Vitorino da Rocha, onde Esthefany treina até hoje.

Top 10 do Judô Brasileiro

Duas estudantes da rede estadual de ensino figuraram entre as dez melhores judocas do país no ranking da classe cadetes (sub 18) 2025: Ana Flávia Arcanjo, aluna da Escola Estadual Manoel Simplício, de Maceió, e Mayara Lima, da Escola Estadual Professora Miran Marroquim de Quintella Cavalcanti, também da capital. Ana Flávia foi a sexta do ranking nacional cadete da categoria - 48 kg, enquanto Mayara foi a nona na categoria - 63 kg.

Integrantes do Instituto Projeto Vencedor, elas também participaram, em julho, de treinamento da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) em Pindamonhangaba (SP), com 100 jovens atletas de todo o país.

“Foi gratificante ser convocada para esse treinamento, pois agregou muito no meu judô”, falou Mayara. “Essas conquistas me fazem lembrar quando comecei a treinar judô e nunca imaginava chegar a este nível. É incrível ser a sexta colocada no ranking nacional e ser convocada para um treinamento onde estão os melhores. Que eu possa melhorar mais e mais”, estimou Ana Flávia.

Jogos Estudantis de Alagoas (JEAL)

Entre maio e junho, 14.074 estudantes atletas de escolas públicas e privadas participaram da edição 2025 dos Jogos Estudantis de Alagoas (Jeal). Maior competição de desporto escolar de Alagoas, o Jeal teve recorde de participação, sendo dividido em etapas regionais – disputadas na capital e no interior durante o mês de maio – e estadual – ocorrida no mês de junho em Maceió.

Organizado pela Seduc, que garantiu toda a estrutura da competição, incluindo transporte, alimentação e hospedagem dos atletas e seus professores, o Jeal teve uma novidade este ano: o mascote oficial da competição foi criado por um estudante da rede estadual. Todas as Gerências Especiais de Educação (GEE) mobilizaram seus alunos e a ilustração escolhida por votação popular foi “Lina”, mascote que homenageia a ave Mutum Alagoano, uma criação da estudante Laís Vitória Laurentino, da Escola Estadual Monsenhor Clóvis Duarte de Barros, de União dos Palmares.

A rede estadual teve 135 medalhas na competição, com conquistas nas modalidades atletismo, judô, futsal, voleibol, vôlei de praia, futevôlei, wrestling, esgrima, ciclismo, karatê, taekwondo, natação, basquete e handebol. Destaque para o atletismo, com 51 medalhas, judô com 37 e karatê com 16. Outro fato que chamou atenção foi a modalidade futsal juvenil, onde as finais foram disputadas por escolas estaduais tanto na categoria masculina quanto na feminina.

Jogos da Juventude e Jogos Escolares

Atletas alagoanos da rede estadual de ensino também garantiram lugar de destaque em competições dos Jogos da Juventude (JEJ) e Jogos Escolares Brasileiros (JEBs), disputados respectivamente nas cidades de Brasília/DF (JEJ) e Uberlândia/MG nos meses de setembro e outubro. Em ambas as competições, a delegação alagoana viajou com o apoio da Seduc, que custeou as passagens.

Das 15 medalhas conquistadas no JEJ, 3 são de estudantes da rede estadual: no atletismo, dobradinha com Johnata Vinicius da Silva Moura, da Escola Estadual Deputado Nenoí Pinto, de Maceió, medalha de ouro nos 110 metros com barreiras; e Weslayne Farias de Aquino, da Escola Estadual Onélia Campelo, também da capital, bronze no pentatlo. Ambos são atletas do Instituto Bruna Farias. Já no handebol masculino juvenil, ouro para Luiz Guilherme Gomes Ferreira, da Escola Estadual Margarez Lacet, de Maceió, que integrou a seleção alagoana nos jogos – que contou também com atletas dos colégios Contato e Dinâmico.

Já no JEBS de Uberlândia, dois bronzes: na modalidade Wrestling, com Talita Barbosa, da Escola Estadual Laura Dantas, de Maceió, e no judô, com Lavynia Calixto, da Escola Estadual Onélia Campelo.

Handebol

No handebol, quem brilhou foi a Escola Estadual Margarez Lacet, de Maceió. Campeã nas categorias feminino e masculino, na etapa regional, e vice-campeã na etapa estadual do Jeal com estas mesmas equipes, a escola também teve o estudante Luiz Guilherme Gomes Ferreira, conquistando ouro com a seleção alagoana nos Jogos da Juventude, em Brasília.

Fora isso, a estudante Fernanda Senna, 15 anos, foi convocada para a Seleção Brasileira de Handebol Cadete (Sub 16) para disputar o Campeonato Sul-Centro Americano, que aconteceu em Assunção, no Paraguai, no período de 22 a 28 de setembro. A equipe brasileira foi bronze na competição.

“Fiquei muito feliz. Para mim, vestir a camisa da seleção brasileira é uma responsabilidade enorme. Sou muito grata aos meus familiares, aos meus professores, ao meu clube, aos meus amigos”, contou Fernanda.

O ano foi encerrado com os títulos da Copa Fantástico de Handebol, em novembro. A escola participou em quatro categorias: Infantil, Cadete e Juvenil Masculino e Feminino – sendo campeã no Masculino Cadete e Juvenil e Feminino Juvenil, além de conquistar o 3º lugar na categoria Infantil.

“Foram dias intensos, cheios de adrenalina, de alegria, de disputa e cheios de handebol. Agradecemos à Direção da Escola e sua coordenação pelo apoio de sempre com o nosso desporto mais vitorioso, junto aos professores e professoras que torcem e acreditam no fortalecimento educacional e disciplinar por meio da magia do esporte. E não podemos esquecer dos pais, mães, avós e responsáveis, pela confiança que nos têm dado no decorrer de todos estes anos”, celebrou o professor Eduardo Proffa, treinador da equipe masculina.

Recorde nas Paralimpíadas Escolares

E o ano terminou com os três ouros de Diogo Victor Santos Galindo, de 16 anos de idade, da Escola Estadual Maria Ivone Santos de Oliveira, localizada no bairro da Cidade Universitária, em Maceió-AL, nas Paralimpíadas Escolares disputadas em São Paulo, no período de 17 a 28 de novembro.

Maior competição esportiva do mundo para jovens com deficiência em idade escolar, as Paralimpíadas Escolares reuniram 316 atletas de todo o Brasil na capital paulista. Diogo competiu na modalidade atletismo, disputando as provas de 100m, 400m e lançamento de dardo – neste último sagrando-se recordista nacional da prova.

“Foi muito bom poder participar e conquistar este resultado para nossa escola e para o nosso estado. Agradeço a todos que torceram por mim: minha família, minha mãe, professores e colegas. Quero muito poder continuar correndo, ganhando medalhas e trazendo alegrias”, comemorou Diogo.