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14/08/2018 às 18:09

Casa de Paripueira, sede da associação de rendeiras da Singeleza é inaugurada

Sebrae contribuiu com disseminação da ideia de associativismo e vai atuar para prospecção de mercado da Artecer. (Foto: Flávio Carvalho) Sebrae contribuiu com disseminação da ideia de associativismo e vai atuar para prospecção de mercado da Artecer. (Foto: Flávio Carvalho)

Agora, a Renda Singeleza, um dos principais Patrimônios Imateriais de Alagoas, ganha mais um espaço para atuar na sua salvaguarda, divulgação e mudança de vida de 11 artesãs alagoanas, suas famílias e toda a comunidade. Na tarde da última quinta-feira (09), foi inaugurada a ‘Casa de Paripueira’, sede da Associação das Rendeiras de Singeleza em Paripueira (Artecer), no Litoral Norte do Estado. A cerimônia também marcou o início das atividades da associação após trabalho de formalização, acompanhado pelo Sebrae em Alagoas, através do Projeto Brasil Original e Centro Universitário Cesmac.

A Artecer foi criada a partir do resgate da Renda Singeleza que tem origem na Itália, mas ganhou características e identidade próprias em Alagoas, em municípios como Marechal Deodoro e Paripueira. Da Singeleza, da delicadeza de suas linhas e pontos, podem nascer várias peças como mandalas, colares, vestidos, blusas, jogo americano e boleros.

Jeane Valentim, presidente da Artecer, foi uma das principais responsáveis por tornar esse resgate possível, já que aprendeu a arte com a avó e passou a técnica para outras artesãs do município. Ela também destacou o papel do Sebrae, que desde agosto de 2017 trabalha com o grupo de artesãs, oferecendo capacitações, participações em missões para eventos como a Fenearte e palestras abordando associativismo, a importância do trabalho coletivo e o curso Design Sprint. Jeane ainda falou sobre suas expectativas a partir da inauguração da Casa de Paripueira.

“As mulheres da comunidade aprenderam a renda e hoje dominam a arte, fazendo de tudo. Quando o Sebrae entrou, os nossos horizontes se ampliaram e, a partir daí, surgiram novas ideias. O nosso grande desafio agora é encontrar um espaço no mercado, fazer com que a associação se torne sustentável com o nosso próprio trabalho, além de divulgar e vender nossa arte. Com o apoio do Sebrae, que está sendo um divisor de águas para a Renda Singeleza, vamos encontrar nosso público, seremos inseridas no mercado, vamos gerar mais renda e colocar nos produtos as características de Alagoas e de Paripueira, a nossa identidade. Depois desse resgate, a Singeleza não morre mais”, celebrou Jeane Valentim.

Após o trabalho de estruturação da sede da associação, o Sebrae em Alagoas vai atuar com consultorias para prospectar mercado e ajudar no desenvolvimento de coleções da Artecer por meio do Projeto Brasil Original. Marcos Vieira, superintendente do Sebrae em Alagoas também enfatizou os próximos passos da associação, que também irá envolver outras micro e pequenas empresas desta cadeia.

“Essas rendeiras fazem trabalhos maravilhosos e estão ajudando a resgatar uma renda que já estava desaparecendo em Alagoas e no Brasil. Agora, elas terão uma série de oportunidades junto ao mercado, às empresas, que vão agregar valor aos seus produtos, com essa renda, na área de confecções, de acessórios e uma série de possibilidades que elas têm, com o apoio do Sebrae, elas vão ganhar espaço no mercado. Além disso, isso será um esteio para o desenvolvimento do turismo no município, atraindo turistas brasileiros e estrangeiros. Apesar do nome singeleza, essa arte é de uma grandeza fantástica”, finalizou Marcos Vieira.

João Rodrigues Sampaio Filho, Reitor do Cesmac, também falou sobre o sentimento ao ver a associação já pronta. “Essa é apenas uma semente que foi plantada graças ao curso de Arquitetura e Urbanismo. Isso é muito gratificante para o Cesmac. Agora, é a vez das rendeiras tomarem conta dela e dar ainda mais vida a essa associação com esse trabalho fantástico. O Cesmac sai e fica apenas com a orientação técnica com o apoio do Sebrae. Rendeiras, professores e todos os envolvidos estão de parabéns”, frisou.

Origem da Casa de Paripueira

De acordo com Sandra Zimpel, coordenadora de Extensão do Cesmac, a associação e o resgate da Singeleza teve origem a partir de estudo desenvolvido pelo Curso de Arquitetura e Urbanismo do Cesmac, vencedor do Prêmio Santander Universidade Solidária edição 2015, que destinou seus recursos para que as rendeiras pudessem estruturar a associação e fazer com que a arte delas servisse como mecanismo de renda e sustentação familiar. A coordenadora ainda falou sobre a relevância da parceria com o Sebrae e suas expectativas para o futuro da Artecer.

“A parceria com o Sebrae foi fundamental, porque enquanto o Cesmac estava organizando a questão cultural da utilização da renda, da estrutura da casa, o Sebrae atuava com o preparo dessas mulheres para que elas pudessem ser autônomas e tomar conta da gestão do próprio negócio, entendendo como realmente funciona uma associação. A ideia agora é que elas realmente transformem a vida delas e se tornem sustentáveis, divulgando a arte alagoana. O Bordado Filé já é bastante conhecido e a Renda Singeleza não tanto, por isso, a proposta é que elas consigam levar a Singeleza, que realmente é uma delicadeza de arte, para fora do estado mostrando o quanto fazemos coisas bonitas aqui em Alagoas”, concluiu Sandra.

fonte: Agência Sebrae Alagoas


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