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18/02/2017 às 09:16

Réus no Caso Luiz Ferreira pegam 95 anos de prisão

Atuação do Ministério Público foi fundamental no caso (foto: Ascom) Atuação do Ministério Público foi fundamental no caso (foto: Ascom)

João Dionísio

94 anos. Esse foi a pena de condenação para os três réus acusados de assassinar o médico e vereador de Anadia, Luiz Ferreira de Souza, em setembro de 2011, na rodovia AL 450, nas imediações do Povoado Tapera, naquele município. O julgamento durou dois dias e foi encerrado no final da noite da sexta-feira (17), no Fórum de Maceió. Neste segundo dia de Tribunal do Júri, acusação e defesa atuaram durante mais de nove horas.

Após analisarem os argumentos apresentados pelo Ministério Público, que fez o papel da acusação, e, da defesa dos réus, o Conselho de Sentença decidiu pela condenação dos três acusados pelos crimes de homicídio qualificado e associação criminosa. Alessander Leal, apontado como autor intelectual junto com a esposa, a ex-prefeita de Anadia Sânia Tereza, foi sentenciado a pena de 32 anos, sete meses e 15 dias. Tiago Campos, que era o condutor do veículo que interceptou o da vítima, foi condenado a 30 anos, 10 meses e 20 dias de prisão. Já Everton de Almeida, que estaria no interior do carro e dava apoio à ação, recebeu pena de 32 anos, três meses e 15 dias.

Ao lado do promotor de Justiça Paulo Barbosa, autuou na assistência de acusação os advogados Cláudio Vieira e Gustavo Raimundo Dacal. O réu Alessander Leal foi defendido pelos advogados Raimundo Palmeira e Rodrigo Ferro. Já a réus Everton e Tiago tiveram sua defesa promovida pelo defensor público Ryldson Martins.

Os debates e a motivação do crime
O representante do Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL), promotor de Justiça Paulo Barbosa, iniciou sua participação neste segundo dia de julgamento afirmando que a avaliação do júri precisava ir além do caso concreto, já que o crime foi cometido para encobrir desvios de verbas pública.

Ele ressaltou que a condenação dos acusados será emblemática para todos que acreditam na honestidade e lutam contra a corrupção. "Um homem foi friamente assassinado por optar pelo que achava certo, por preferir o bem para a população de uma cidade. Sua opção ameaçava a continuidade de pessoas desonestas no poder. Isso foi o que aconteceu e por isso ele foi morto cruelmente", declarou.

O promotor de Justiça fez questão de enfatizar que o desvio de verbas públicas é uma violência cometida contra centenas de pessoas e a luta do vereador Luiz Ferreira de Souza era, justamente, contra esse comportamento fraudulento da então prefeita de Anadia, Sânia Tereza Palmeira Barros.

"Temos aqui a luta da honestidade contra a corrupção, esse mal que se alastra na sociedade, que toma conta do país e afeta milhões de pessoas. Assassinaram um homem que lutava contra o desvio de dinheiro, contra a improbidade administrativa. Um homem que sonhava com uma sociedade justa. Precisamos dar um basta nisso. As pessoas não podem morrer por lutar pelos seus ideias", disse.

As participações
De acordo com Paulo Barbosa, o homicídio teria sido planejado pela então prefeita de Anadia, Sânia Tereza, e pelo companheiro dela, Alessander Leal. O vereador assassinado pretendia denunciar irregularidades cometidas pela gestora municipal.

"Ele iniciou seu mandado apoiando a Sânia Tereza, mas mudou sua posição ao descobrir irregularidades na gestão, como o desvio de R$ 7 milhões e licitações fraudulentas. Ele se transformou em um obstáculo na continuidade dessas falcatruas", argumentou o membro do MPE/AL.

Os outros suspeitos foram identificados como Tiago Campos, Everton de Almeida, Adailton Ferreira e Wallemberg Torres da Silva.

Neste júri, sentaram no banco dos réus Alessander Leal, Tiago Campos e Everton de Almeida. "Alessander coordenou a ação, Tiago dirigiu o carro e Everton deu apoio. Cada um teve participação e colaborou para que este assassinato ocorresse", afirmou o promotor.

Já a ex-prefeita e o acusado Adailton Ferreira recorreram da sentença de pronúncia e serão julgados quando sair o resultado do recurso. Wallemberg Torres da Silva, acusado de efetuar os disparos, está foragido.





Fonte: Ascom MPE

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