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Neste 19 de abril se celebra O Dia dos Povos Indígenas, que foi criado para celebrar anualmente a diversidade da cultura indígena no Brasil.

Lucas do Liceu

A data tem como propósito manter viva as histórias e as culturas dos 1.693.535, mil indígenas que existem no Brasil, de acordo com o Censo de 2023, reafirmando a diversidade dos mais de 300 povos que vivem no país, combatendo preconceitos contra os indígenas e estabelecendo políticas públicas que garantam os direitos dos povos originários.

A cultura indígena possui importância fundamental na construção da identidade nacional brasileira, ela é vasta e diversificada, e os povos indígenas foram grandes influenciadores da formação da identidade cultural brasileira, e está presente em elementos da dança, festas populares, culinária e, principalmente, na língua portuguesa falada no Brasil, que é fruto do processo de aculturação entre povos indígenas, negros e europeus.

A diversidade cultural dos povos indígenas engloba as diferenças culturais que existem entre os povos e suas comunidades indígenas, como a linguagem, danças, vestimenta, tradições e heranças físicas e biológicas, bem como, a forma como as sociedades indígenas se organizam, conforme a sua cosmovisão e os conceitos de valores moral, crenças, hábitos, religião e a forma como o indígena interage com o ambiente.

Dados da Fundação Nacional do Índio (Funai) dão conta da existência de 225 povos indígenas e, pelo menos, 70 tribos que vivem em locais totalmente isolados. Mas apesar da grande diversidade existente, é possível encontrar pontos de conexão na cultura indígena resguardada por todos esses povos. O principal deles é a relação de respeito e cuidado com a natureza, de onde, originalmente, retiravam o sustento, abrigo e proteção, sendo eles os grandes protetores das florestas, dos rios e da biodiversidade como um todo.

A Lei nº 11.645, de 10 março de 2008 sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva estabelece a inclusão obrigatória no currículo das escolas públicas e particulares de nível fundamental e médio, o ensino de história e cultura indígena brasileira.

A Base Nacional Comum Curricular reconhece a necessidade de um conhecimento mais aprofundado sobre as culturas indígenas, suas peculiaridades, histórias, temporalidades, cosmologias e interrelações com outros povos.

No BNCC, está definido que as instituições escolares devem ter um claro foco na equidade. Este compromisso tem como objetivo reverter a situação de exclusão histórica que marginalizou grupos como o dos povos indígenas originários, e dá a possibilidade de expandir a pesquisa e imersão nos saberes dos povos originários para levar experiências significativas aos pequenos.

Em quase todas as componentes curriculares, existem indicações de trabalho sobre os povos indígenas, preferencialmente de forma transversal e integradora. Enfim, a BNCC nos dá essa possibilidade de expandir a pesquisa e a imersão no patrimônio cultural de nosso país em diferentes momentos, pois todo o tempo com as crianças é educativo.

Os povos indígenas do Brasil têm uma história de resistência e conquistas que precisam ser respeitadas e valorizadas. E ao ensinar sobre a cultura indígena na escola, o professor pode ajudar os alunos a desenvolver uma compreensão mais ampla do mundo ao seu redor, rompendo, assim, com visões equivocadas e com a desinformação.

É preciso ajudar os(as) estudantes a entenderem a importância destes povos para a formação da nossa sociedade, reconhecendo-lhes o valor cultural e político que têm. Afinal, para valorizar algo é preciso conhecer e construir uma identidade.

Há muitas possibilidade de se levar a cultura dos povos indígenas para dentro da sala de aula, entre elas:

• Apresentar aos alunos livros sobre a cultura indígena

• Mostrar vídeos sobre a cultura indígena, eles podem ajudar os alunos a aprender sobre a vida dos povos indígenas e suas crenças.

• Se possível, promover visitação em aldeia indígena. Isso dará aos alunos a oportunidade de vivenciar a cultura indígena.

• Convidar membros de uma comunidade indígena para falar na escola.

• Criar projetos sobre a cultura indígena. Isso pode incluir escrever um ensaio, fazer um cartaz, fazer uma apresentação ou até mesmo criar uma obra de arte.

Os ganhos pedagógicos dessa metodologia tem tudo para modificar os conceitos até então enraizados sobre os povos indígenas.

Conhecer o processo de construção de uma nação é uma dimensão valiosa para a escola, no sentido de oferecer oportunidade ao aluno de olhar o passado, bem como o presente, em busca de conhecimento e discernimento sobre a história do país.

Se a criança aprende desde cedo sobre a real contribuição desta nação para a sua cultura, possivelmente sua visão tende a não ser preconceituosa, uma vez que reconhece o valor dessa população para o Brasil.

Lucas do Liceu é Gestor Educacional, CEO do Grupo Liceu, Vereador e ex Secretário da Educação na cidade de Itaquaquecetuba.

Fonte: Assessoria