OPINIÃO E INFORMAÇÃO Facebook Twitter
Maceió/Al, 07 de maio de 2024

Notícias

26/04/2024 às 12:38

Dia das Mães Solo? Maioria das mães no Brasil não tem um companheiro

Especialista em Reprodução Humana Assistida orienta mulheres que sonham em formar uma família e não têm um companheiro Especialista em Reprodução Humana Assistida orienta mulheres que sonham em formar uma família e não têm um companheiro

Com a proximidade do Dia das Mães, homenagens estão sendo preparadas, algumas comemorações já estão prontas para serem executadas... E duas pesquisas recentes nos trazem dados muito interessantes sobre a maternidade no Brasil.

O Datafolha aponta que 7 em cada 10 mulheres são mães no Brasil e que mais da metade desse contingente é solo. O retrato exato da maternidade no Brasil é composto por mães solo, viúvas ou divorciadas (55% do total), enquanto 45% vivem com um companheiro ou companheira.

A FGV também vem acompanhando o fenômeno das mães solo e registrou, entre os anos de 2012 e 2022, que o número de domicílios com mães solo cresceu 17,8%, passando de 9,6 milhões para 11,3 milhões.

Diante dos números, a especialista em Reprodução Humana Assistida, Dra. Paula Marin, aponta que os preparativos para celebrar o Dia das Mães passam primeiro pela compreensão dos números apresentados e da nova cara da maternidade no país.

Declínio da Fertilidade


Os dados das duas pesquisas refletem a realidade da mulher moderna brasileira, a maior inserção no mercado de trabalho e o maior tempo de estudo implicam no adiamento de um possível casamento e de uma possível maternidade.

“E somado a esses dois fatores, temos pouco conhecimento sobre planejamento reprodutivo. Passamos a vida toda sendo incentivadas a estudar e a trabalhar. Na escola, no núcleo familiar, no nosso grupo de amigas, a principal preocupação é ‘evitar a gravidez para não atrapalhar o futuro’. E quando ‘o futuro’ chega, tudo o que sabemos sobre planejamento reprodutivo é relativo à contracepção: o que fazer para não engravidar. Esta é uma visão ultrapassada, que já deveria ter sido superada nos consultórios ginecológicos”, afirma Paula Marin, que é diretora da Clínica Venvitre, em São Paulo.

A mulher quando decide não engravidar ou adiar a gravidez por qualquer razão deve saber no que essa decisão pode implicar. O planejamento reprodutivo envolve fazer o letramento da mulher sobre contracepção, mas também e principalmente deve trazer conhecimento sobre relógio biológico, reserva ovariana, fertilidade e possibilidades de preservação da fertilidade, dentre muitos outros temas importantes.“Planejamento reprodutivo não é só sobre não engravidar, mas sim engravidar quando a mulher quiser. E para conseguir planejar isso corretamente, conhecimento é necessário”, reforça a especialista em Reprodução Humana Assistida.

A fertilidade da mulher declina com a idade. A mulher deveria aprender na escola que a sua reserva ovariana vai decaindo quantitativa e qualitativamente, que as chances de gravidez vão sendo menores com o passar dos anos, principalmente após os 35 anos, que ela poderá precisar de ajuda médica para engravidar e que as técnicas de reprodução assistida não são capazes de resolver todos os casos de infertilidade no futuro.

Todas as mulheres deveriam ter acesso a essas informações no momento correto, que seria no início da vida reprodutiva, e não lá na frente, quando precisarem procurar um especialista em Reprodução Humana Assistida por dificuldade para engravidar. O planejamento reprodutivo deve ser encarado como item essencial na vida da mulher. “Mas, infelizmente, como a mulher sabe muito pouco sobre fertilidade, planejamento reprodutivo, ouço muito no consultório: ‘será que perdi a minha oportunidade de ser mãe?’ ”, conta a médica.

A Maternidade Solo


A maternidade solo, a gravidez monoparental, ou a famosa “produção independente” dos anos 80, surge nesse momento. Quando o tempo passou, a fertilidade está diminuindo e o parceiro ideal ainda não surgiu.

“A Medicina Reprodutiva oferece caminhos, soluções. Alguns tratamentos são de aceitação mais difícil, como: óvulos de doadora, útero de substituição, banco de sêmen. Mas se a paciente permitir o emprego de todos os recursos possíveis (e obviamente dentro das normas do Conselho federal de Medicina), a gravidez monoparental pode ser viabilizada”, diz Paula Marin.

Entenda como...


Banco de Sêmen


Mais comumente, as mulheres recorrem primeiro aos bancos de sêmen, que são úteis porque as mulheres podem escolher doadores de sêmen com base em características genéticas, aparência física, etnia, histórico educacional, histórico familiar, perfis de personalidade e hobbies.

“Escolher um doador de sêmen é uma decisão muito pessoal. Deve-se levar em conta características físicas. Alguns bancos de sêmen trazem informações adicionais como hobbies, aptidões e profissão”, destaca Paula Marin.

Uma triagem genética entre a mãe e o potencial doador de sêmen precisa ser feita para garantir que não existam condições genéticas recessivas que podem levar ao desenvolvimento de doenças no bebê.

Depois de escolher o banco de sêmen, é importante considerar qual o tratamento de fertilidade é o mais adequado. “As duas principais opções de tratamento são a inseminação intrauterina (IIU) e a fertilização in vitro (FIV). Na IIU, o sêmen do doador é colocado diretamente no útero na época da ovulação, quando as chances de concepção são maiores. Mas dependendo da idade da mulher e de outros fatores de infertilidade existentes, a fertilização in vitro pode ser o melhor tratamento”, conta a médica.

Ovodoação


Existem muitas razões pelas quais uma doadora de óvulos pode ser necessária para que a gravidez monoparental seja alcançada. As mais comuns são a idade da mulher, baixa reserva ovariana e falência ovariana prematura.

“A mulher pode optar por adotar óvulos. A doação pode ser feita de forma anônima, entre parentes de até 4° grau ou a mulher pode ainda optar por um banco de óvulos. Ao encontrar uma doadora de óvulos saudáveis e de boa qualidade, frequentemente observamos resultados melhores nas taxas de natalidade”, observa a diretora da Clínica Venvitre.

Útero de substituição


Se a mulher é clinicamente incapaz de engravidar, o uso de um útero de substituição, popularmente chamado de “barriga de “aluguel” ou “barriga solidária", a ajudará a realizar o sonho da maternidade. A candidata passará por uma triagem médica abrangente a fim de ser medicamente liberada para ser o útero de substituição.

Famílias Monoparentais existem


Segundo os dados da pesquisa da FGV, a maior parte das mães solo do Brasil (72,4%) vive em domicílios monoparentais, sendo compostos apenas por elas e seu(s) filho(s). Ou seja, não moram com parentes ou agregados que teriam o potencial de ajudar nas responsabilidades familiares e na promoção do equilíbrio entre vida pessoal, família e trabalho.

“É por causa desse grupo de famílias monoparentais chefiado por mulheres que abandonamos o emprego do termo ‘mãe solteira’. O estado civil da mãe não quer dizer necessariamente que os cuidados com o filho são compartilhados. ‘Mãe solo’ é mais adequado para agrupar as mulheres que enfrentam os mesmos desafios, as mesmas batalhas diárias que qualquer outra mulher para sustentar sua família, sem a presença de um companheiro, e com todas as responsabilidades que a maternidade impõe”, diz a médica.

Sobre a Dra. Paula Marin:

Formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da USP. Sócia-fundadora da Clínica Venvitre , em São Paulo, clínica de Reprodução Humana onde atende hoje. Dedica-se exclusivamente à área de Reprodução Humana, com foco principal no congelamento de óvulos.

https://paulamarin.com.br/

@dra.paulamarin

Fonte: Assessoria 

Comentários

Siga o AL1 nas redes sociais Facebook Twitter

(82) 996302401 (Redação) - Comercial: [email protected]

© 2024 Portal AL1 - Todos os direitos reservados.