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Maceió/Al, 17 de maio de 2024

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02/05/2024 às 18:30

Realização de mamografias no Nordeste está 50,1% abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde

A cobertura de mamografias para rastreio do câncer de mama no Nordeste foi de apenas 19,9% entre 2021 e 2022, apresentando uma queda de 7,1% em comparação ao período de 2015 a 2016. Os dados foram divulgados pelo Panorama do Câncer de Mama, levantamento realizado pelo Instituto Avon em parceria com o Observatório de Oncologia com base em informações do DATASUS, Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SUS). O indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é que a cobertura mamográfica alcance pelo menos 70% da população-alvo para realização dos exames – no caso do Brasil, mulheres entre 50 e 69 anos.

O estado com maior número de taxa na realização de mamografias na rede pública da região foi a Bahia (37,3%), seguida por Pernambuco (33,2%), Alagoas (25,1%), Paraíba (24,6%), Piauí (24,2%), Rio Grande do Norte (22,5%), Ceará (20,1%), Sergipe (19,7%) e Maranhão (10,3%). O Nordeste foi a terceira região do Brasil com os melhores indicadores em termos de cobertura de exames de rastreio para câncer de mama.

“Dados como esses são fundamentais para compreender onde a rede pública de saúde desses estados deve investir esforços para ampliar e aprimorar o atendimento à população feminina de cada local, contribuindo, também, para expandir a conscientização sobre saúde das mamas e a importância da detecção precoce da doença. De acordo com a OMS, 35% das mortes pela condição podem ser reduzidas se os exames de rastreio forem realizados regularmente . Além disso, quando o diagnóstico é obtido ainda em estágio inicial, as chances de cura chegam a 95%, o que também melhora a qualidade de vida da paciente”, explica Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon.

Entre 2015 e 2022, o Nordeste apresentou o segundo maior número de casos novos de câncer de mama do país, com 90.640 registros – correspondente a 24,2% do total nacional, ficando atrás apenas do Sudeste (45%). O estado com a maior cobertura mamográfica no último biênio (2021-2022) foi Alagoas, com 29,9%.

Ceará ficou entre os estados com a maior proporção de detecção da doença em estadiamento 3 e 4 – os níveis mais graves da condição – totalizando 55% dos diagnósticos locais entre 2015 e 2021. O estado ficou atrás apenas do Acre, Pará e Roraima, empatados com 56%.

Em relação ao tempo médio entre consulta e exame de detecção do câncer de mama, Piauí foi destaque entre os estados com o melhor desempenho, empatado com o Acre e Amapá, totalizando 21 dias cada. Já o Sergipe foi o segundo estado com o maior tempo médio – 94 dias, mais que o triplo do previsto pela Lei dos 30 Dias (Lei º 13.896/2019), que assegura, no máximo, 30 dias para o recebimento do diagnóstico de câncer.

Quando se trata do período para início do tratamento para câncer de mama, Sergipe foi o estado com o maior tempo médio: 263 dias, quatro vezes mais do que o indicado pela Lei dos 60 Dias (Lei nº 12.732/2012), que garante que pacientes com câncer tenham acesso ao tratamento em até 60 dias após terem a doença confirmadapela biópsia.

“O Brasil é um país continental e diverso, por isso a atenção oncológica em cada região precisa ser planejada e executada de maneira direcionada às necessidades loco regionais. Precisamos, com urgência, trabalhar intensamente para que todas as brasileiras, independentemente de raça, classe social, local de residência e questões econômicas, tenham acesso à informação sobre a importância de realizar os exames preventivos e, sobretudo, que possam ter garantia de acesso igualitário à cobertura de mamografia, diagnóstico precoce e tratamento adequado e oportuno de qualidade”, diz Dra. Catherine Moura, médica sanitarista e líder do Observatório de Oncologia.

Impacto da pandemia na cobertura mamográfica da região

No auge da pandemia de Covid-19, em 2020, o Nordeste apresentou uma queda de 44,5% na realização dos exames para rastreio de câncer de mama em comparação a 2019, ficando atrás apenas do Centro-Oeste (45,1%). O Piauí foi o estado mais impactado da região, com uma redução de 56,1%, seguido por Pernambuco (51,6%), Bahia (46,9%), Sergipe (40,5%), Paraíba (40,1%), Ceará (37,9%), Rio Grande do Norte e Alagoas empatados com 34,9%, e Maranhão (26%).

A pesquisa


Para a construção do Panorama do Câncer de Mama, foi realizado um estudo observacional transversal com informações públicas dos Sistemas de Informação Ambulatorial (SIA), Hospitalar (SIH) e Mortalidade (SIM) do DATASUS e de Registros Hospitalares de Câncer (RHC) do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Originalmente lançada em 2022, a plataforma agora conta com dados atualizados e melhor funcionalidade. Além disso, ela deve ser alimentada anualmente com novas informações fornecidas pelo Ministério da Saúde.

Saiba mais em www.panoramacancerdemama.com.br

Sobre o Instituto Avon


O Instituto Avon é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua na defesa de direitos fundamentais das mulheres, promovendo iniciativas em atenção ao câncer de mama e enfrentamento às violências contra as meninas e mulheres. Por meio de ações próprias e parcerias com instituições da sociedade civil, setor privado e poder público, o Instituto Avon se concentra na produção de conhecimento e no desenvolvimento de projetos que mobilizem todos os setores da sociedade para o avanço das causas. Desde a sua fundação, em 2003, o braço social da Avon no Brasil já investiu R$ 193 milhões em mais de 400 projetos, beneficiando mais de 5,3 milhões de pessoas e engajando mais de 130 empresas em suas iniciativas.

Sobre o Observatório de Oncologia


Uma iniciativa do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer, o Observatório de Oncologia é uma plataforma online e dinâmica de monitoramento de dados abertos e compartilhamento de informações relevantes da área de oncologia do Brasil e visa influir na tomada de decisão e no planejamento de políticas de saúde baseadas em evidências. Com metodologia descritiva, os estudos do Observatório de Oncologia buscam determinar a distribuição da doença e condições relacionadas à saúde. Todos os estudos utilizam dados governamentais abertos (DGA) e abrangem quatro dimensões: demográfica, epidemiológica, procedimentos de assistência à saúde e estrutura da rede assistencial. A produção de informação está baseada em atendimentos ambulatoriais, internações hospitalares, incidência e mortalidade do câncer.

Fonte: Assessoria 

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