Esporte

Opinião: Temos de acabar com a ‘corrida maluca’ dos estádios

Estádio Juca Sampaio, em Palmeira dos Índios, está com gramado em péssimo estado (foto: Edson Silva)

Smack Neto

Após a reunião do Conselho Arbitral do Campeonato Alagoano, foi reconstituída a comissão multi-setorial para vistoria dos estádios da competição, composta por membros da Associação dos Repórteres fotográficos e cinematográficos de Alagoas (ARFOC-AL), Associação dos Cronistas de Alagoas (ACDA), Sindicato dos Radialistas e o Sindicato dos Atletas profissionais do Estado de Alagoas, além de um representante da FAF.

Faltando pouco mais de 2 meses para o início do Estadual, a comissão irá vistoriar os estádios para aprová-los, entretanto, a situação já é preocupante. Com a mudança de prefeitos na virada do ano, possíveis ajustes necessários devem ser dificultados pela mudança política, já que os estádios em Alagoas são prioritariamente ligados a prefeituras, ainda que de forma indireta.

Um bom exemplo é o Juca Sampaio, de Palmeira dos Índios, que exibe um cenário de estádio fantasma. A comissão irá avaliar o estádio no próximo dia 22 e deverá pedir várias medidas de adequação, principalmente quanto ao gramado. O problema é: quem bancará os ajustes? O clube? A atual gestão da prefeitura, que vive uma crise financeira com servidores sem receber? Ou a futura gestão que assume apenas há cerca de 20 dias antes do início do campeonato?

Nos últimos 2 anos, tive oportunidade de viajar e trabalhar em vários estádios no campeonato Alagoano. Posso garantir que poucos oferecem condições mínimas de trabalho para atletas e imprensa, sem contar o desconforto para os torcedores. O grande problema dos estádios alagoanos é justamente a falta de manutenção dos Estádios no período em que eles estão parados da competição. A falta de cuidados durante o ano gera uma verdadeira ‘corrida maluca’ para que os estádios se adequem as requisições que a FAF faz para poder sediar jogos nessas praças esportivas.

Tenha certeza que até janeiro, haverá muitos pedidos de adiamento de prazo para adequação dos estádios, reclamações contra a comissão e a federação e ameaça de estádios ficarem de fora da competição, fazendo com que clubes joguem fora de sua cidade. Mas o que o futebol alagoano necessita nesse âmbito é terminar essa ‘corrida maluca’ e dar um jeito de que os estádios se mantenham aptos durante todo o ano.