América Latina lidera índices de aleitamento materno, mas ainda precisa avançar

Agosto é o mês dedicado à promoção do aleitamento materno. É neste período que a campanha Agosto Dourado ganha destaque ao informar, acolher e incentivar a prática do aleitamento materno, promovendo um começo de vida mais saudável para as crianças. O Hospital Unimed Maceió reforça a ação sendo referência em atenção obstétrica humanizada, com estrutura preparada para acolher gestantes com segurança, conforto e apoio emocional.
A médica neonatologista da Unimed, Andrea Pinheiro, destaca que a cooperativa incentiva o aleitamento desde o pré-natal, por meio do programa Novo Jeito de Nascer, que promove palestras mensais para as gestantes beneficiárias do plano. Ela afirmou, ainda, que na UTI neonatal as mães são incentivadas a permanecerem nos horários das dietas justamente para que seja possível ofertar o leite materno aos seus respectivos bebês. “As mães que estão nos apartamentos e apresentam excesso de produção de leite são incentivadas a fazerem doação”, disse a médica.
Seguindo as melhores evidências científicas, ela explica que não é necessário oferecer outras bebidas, como água, sucos ou chás, ao nenê durante os seis primeiros meses de vida, uma vez que eles já nascem relativamente hidratados. “Dentro do útero, o bebê já tem o estímulo da deglutição, então ele já engole o líquido amniótico, e, por isso, já nasce com uma reserva hídrica e de calorias. Além disso, desde o nascimento até o sexto mês de vida, o leite materno é um alimento completo para o bebê”, declarou Andrea.
Vale mencionar que a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) traz um dado interessante: em 2018, a América Latina e o Caribe estavam entre as regiões com as maiores médias globais de aleitamento materno. Ainda assim, o desafio persistia: apenas 38% dos bebês na região eram alimentados exclusivamente com leite materno até os seis meses de vida — abaixo da meta de 50% até 2025, estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No mesmo ano, a própria OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) iniciaram uma campanha global com o objetivo de aumentar as taxas de aleitamento materno nos centros de saúde.
Posteriormente, a OPAS divulgou dados atualizados referentes ao ano de 2023, apontando que a taxa de aleitamento materno exclusivo até os seis meses na América Latina subiu para 43%. Apesar do avanço, o índice ainda está aquém da meta estabelecida.
Mas por que o leite materno é tão importante?
Segundo o Ministério da Saúde (MS), o leite materno fortalece o sistema imunológico do bebê, ajudando a prevenir diarreias, infecções respiratórias e alergias. Também está associado à redução dos riscos de hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade no futuro. E não para por aí: há evidências de que crianças amamentadas no peito têm melhor desenvolvimento cognitivo e maior desempenho intelectual ao longo da vida.
O MS destaca ainda que a amamentação traz importantes benefícios para a mulher: ajuda a reduzir o risco de hemorragias após o parto e, a longo prazo, diminui as chances de desenvolver câncer de mama, ovário e colo do útero. Além dos ganhos físicos, o ato de amamentar também fortalece o vínculo emocional entre mãe e bebê.
Finalmente, o leite materno é um alimento naturalmente sustentável já que não polui o meio ambiente e dispensa o uso de energia, água ou combustíveis para ser produzido e transportado, ao contrário das fórmulas artificiais. Além disso, a amamentação reduz custos com saúde pública, já que ajuda a prevenir doenças na infância e ao longo da vida, impactando positivamente a nutrição, a educação e a qualidade de vida da população.
Médica da Unimed compartilha dicas sobre amamentação
Algumas dúvidas são muito comuns entre mães que estão iniciando a jornada da amamentação. Andrea Pinheiro esclarece algumas delas rapidamente:
Amamentar dói?
A amamentação, por si só, não deve ser um processo doloroso. No entanto, é comum que algumas mães relatem dor no início. Nesses casos, vale observar a posição do bebê e a forma como ele realiza a pega, já que isso pode influenciar diretamente no conforto da mãe e na efetividade da amamentação.
Os bebês têm hora certa para mamar?
Não existe uma regra sobre horários ou quantidade de mamadas. A recomendação é seguir a livre demanda — ou seja, o bebê mama quando quiser e pelo tempo que achar necessário. Quando estiver satisfeito, ele demonstrará sinais de prontidão, como soltar o peito espontaneamente ou adormecer.
Como manter a produção de leite após o retorno ao trabalho?
A retirada regular do leite é fundamental para manter a produção. Uma dica importante é não descartar o leite retirado no ambiente de trabalho, por exemplo: ele pode ser armazenado em um recipiente adequado, congelado e oferecido ao bebê posteriormente.
A especialista reforça que essas orientações são gerais e não substituem uma avaliação individualizada com profissionais de saúde.
Fonte: Algo Mais Assessoria e Consultoria