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Censo Estadual da População em Situação de Rua entrevista mais de 1.400 pessoas em um mês

Questionário extenso que busca traçar um perfil e compreender os fatores que levaram essas pessoas às ruas | Assessoria

Hannah Copertino / Agência AlagoasEm 19 de agosto, é celebrado o Dia Latino-Americano de Luta da População em Situação de Rua. Nesta data, o Governo de Alagoas apresentou o balanço do primeiro mês de atividades do Censo da População em Situação de Rua no estado. Foram registradas 1.405 pessoas em ruas, praças, viadutos, ocupações, instituições de acolhimento e comunidades terapêuticas em Maceió, Marechal Deodoro e Rio Largo. Dessas, 1.182 responderam ao questionário e 223 se recusaram a participar.



Atualmente, o censo realiza uma repescagem em espaços públicos e instituições de Maceió. A ação integra o Plano Integrado de Acolhimento a Pessoas em Situação de Rua, política estadual de atenção determinada pelo governador Paulo Dantas.



“Estamos concluindo o censo na capital e já iniciamos a etapa do interior do estado. Iremos percorrer cidades como Arapiraca, Palmeira dos Índios, São Miguel dos Campos e União dos Palmares para apresentar à sociedade a atual realidade da população em situação de rua em Alagoas e direcionar políticas públicas efetivas. Esse trabalho tem sido desafiador, tendo em vista que é uma população que se desloca constantemente, mas a nossa equipe está fazendo uma busca ativa humanizada com muito empenho”, afirmou a secretária de Estado de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), Kátia Born.



Com um questionário extenso que busca traçar um perfil e compreender os fatores que levaram essas pessoas às ruas, o estudo vai orientar o governo a investir em ações que garantam direitos e dignidade, com iniciativas nas áreas de educação, trabalho e renda, moradia, saúde, entre outras.



Alagoas é o 4º estado do Nordeste a realizar esse tipo de estudo sobre a população em situação de rua. O trabalho é executado pela equipe do projeto Anjos da Paz, coordenado pela Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), com participação da Rede Acolhe, Casa de Direitos e Ronda no Bairro, além da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), da Secretaria de Comunicação (Secom) e de pesquisadores do Instituto DataSensus.



“Para nós, esse censo é muito importante, é um sonho realizado. Desde 2016, lutamos por esse estudo, e vê-lo sendo concretizado é motivo de honra e alegria. O levantamento vai oferecer um diagnóstico com um olhar voltado para a população de rua e subsidiar políticas públicas de inclusão e reinserção social. Como dizemos: nada para nós sem nós”, destacou a coordenadora nacional do Movimento da População em Situação de Rua, Rafaelly Machado.



Todos os dados do censo, bem como as ações realizadas pelo governo, serão disponibilizados ao público por meio do Observatório da População em Situação de Rua em Alagoas, hospedado no portal Agência Alagoas. A divulgação amplia a transparência e fortalece o controle social.