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Sebrae e Seris articulam parceria para capacitar reeducandos em Alagoas

Iniciativa fortalece políticas públicas de ressocialização por meio da qualificação profissional e do empreendedorismo | Júlio Vasconcelos

O superintendente do Sebrae Alagoas, Domício Silva, realizou nesta terça-feira (9) uma visita técnica à Fábrica de Esperança, localizada no Complexo Prisional de Maceió. A iniciativa marca o início de uma parceria com o Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), com o objetivo de ampliar as oportunidades de capacitação e reinserção social de reeducandos.

Atualmente, o programa Fábrica de Esperança é responsável por oferecer trabalho a custodiados do Núcleo Ressocializador da Capital e de outras unidades prisionais, possibilitando atividades em áreas como artesanato, filé, crochê, marcenaria e costura. Além da formação profissional, o projeto garante benefícios como remuneração, redução de pena e acesso a políticas de laborterapia.

A Seris contabiliza atualmente mais de 2.570 reeducandos envolvidos em atividades laborais dentro e fora do sistema prisional, em parceria com órgãos públicos e empresas privadas.

De acordo com o superintendente do Sebrae Alagoas, a ação é mais um passo na missão da instituição de estimular o empreendedorismo como ferramenta de transformação social.

“Nosso objetivo é unir forças com o Governo de Alagoas para oferecer capacitação empreendedora e gerencial, agregando valor ao trabalho que já é desenvolvido dentro do sistema. Queremos que esses artesãos, ao retornarem para a sociedade, tenham condições de empreender e gerar renda de forma sustentável”, destacou Domício Silva, que estuda a possibilidade de inserir as peças produzidas na Fábrica de Esperança, em projetos, como a Expoagro 2025 e a Atnor 2026.

O analista do Sebrae Alagoas, da Unidade de Competitividade Setorial, Carlos Henrique, ressaltou que os desafios enfrentados pelos reeducandos são semelhantes aos de qualquer grupo de artesãos atendidos pela instituição.
“As dificuldades são as mesmas: acesso a insumos, precificação adequada e abertura de mercado. Nosso papel será contribuir com soluções já aplicadas a outros grupos, ajudando a inserir essa produção em novos canais de comercialização e oferecendo um olhar gerencial e de comportamento empreendedor”, explicou.

Estrutura de ressocialização em Alagoas

A Seris é responsável pela gestão de dez unidades prisionais em Alagoas e desenvolve, por meio da Fábrica de Esperança, ações que unem disciplina, educação e profissionalização.

A policial penal Samara Veluma, que gerencia a Fábrica, destacou o impacto positivo do trabalho na rotina dos internos.
“Todos os reeducandos do núcleo estão inseridos em atividades laborais remuneradas, o que garante disciplina e oportunidades reais de ressocialização. Temos exemplos concretos de pessoas que, ao conquistarem a liberdade, foram contratadas por fábricas parceiras com carteira assinada. Isso mostra que o trabalho realizado aqui é um caminho efetivo de transformação”, afirmou.

O secretário da Seris, Diogo Teixeira, reforçou a relevância da iniciativa e a importância da parceria.
“A política de ressocialização do Estado tem avançado com disciplina e resultados concretos. Com o apoio do Sebrae, vamos potencializar essas ações, agregando conhecimento e ampliando a chance de que o trabalho dentro das unidades se torne uma oportunidade de vida fora delas”, declarou.


Resultados que impactam famílias

Somente no último ano, a Fábrica de Esperança contabilizou milhares de peças produzidas e comercializadas em feiras, exposições e encomendas diretas pelas redes sociais da própria Seris. Os recursos arrecadados são destinados ao Fundo Penitenciário e utilizados para manutenção das oficinas e compra de insumos. Além disso, parte da remuneração recebida pelos internos é direcionada às suas famílias e outra parte é acumulada em uma poupança, acessada apenas após a liberdade.

Com a entrada do Sebrae Alagoas no processo, a expectativa é que os reeducandos tenham acesso não apenas à capacitação técnica, mas também a conhecimentos de empreendedorismo, gestão e inovação, fortalecendo os resultados do programa e ampliando o impacto social para centenas de famílias alagoanas.

Por Assessoria