A campanha “Agosto Lilás”, coordenada pelo Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL), chegou ao Bairro do Bendito Bentes, neste sábado (11). Com tendas montadas na Praça Padre Cícero, ao lado do terminal de ônibus, houve a distribuição de cartazes, panfletos e broches lilases, bate-papo com a população sobre a Lei Maria da Penha e esclarecimentos sobre o funcionamento da Rede de Atendimento a Mulher e apresentação artísticas de crianças atendidas pelo projeto Maceió Voluntário e da Banda da Polícia Militar de Alagoas.
Este ano, um dos objetivos é esclarecer que a violência contra a mulher também tem uma segunda vítima: o filho. A campanha se estenderá por todo este mês de agosto, ocupará plataformas multimídias e mostrará os traumas vivenciados dentro de casa em situações de abuso.
A promotora de Justiça Maria José Alves, titular da 38ª Promotoria de Justiça da Capital, com atribuição para atuar nessa área, lembrou que uma relação abusiva não é apenas a mulher que sofre. "Existem os familiares que sofrem junto, principalmente os filhos. Nestas situações, temos que lançar o olhar para além da mulher. Há os filhos, que também são vítimas dessas agressões. Eles precisam de atenção também", declarou.
Maria José Alves orienta as vítimas a fazerem a denúncia contra o agressor. Ela ainda destacou que parentes e amigos que sabem de situações em que mulheres estão sendo agredidos também podem ajudar a acabe com o ciclo violento.
“É fundamental quebrar o silêncio. Ele é o maior aliado do agressor, do homem autor de violência doméstica. A própria vítima, o vizinho, um parente. Todo cidadão pode dizer uma basta. ‘Ligue 180’, é um canal de denúncia oficial e está à disposição das mulheres 24 horas”, enfatizou.
Uma senhora que preferiu não se identificar, parou na tenda montada na Praça Padre Cícero e ressaltou a importância do trabalho desenvolvido. “Eu nunca sofri violência doméstica, mas minha vizinha e uma prima sofrem. A gente aconselha, mas agora eu sei que mesmo não sendo comigo eu sei que posso me meter. Afinal, eu posso salvar a vida delas. É preciso ter consciência", disse.
Também participou do evento a gerente de política para mulher, da secretaria da Mulher e dos Direitos Humanos de Alagoas, Mel Falcão.
Onde denunciar
As Promotorias de Combate e Prevenção à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher também integram a rede de atendimento e proteção às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. Elas funcionam junto ao Juizado que tem a mesma competência, e estão localizadas na Praça Sinimbu, nº 119, no Centro de Maceió.
Existe ainda o número 180, que é gratuito e não é preciso identificar-se. Ou ainda o 190, que é o número de emergência da Polícia Militar.
Agosto foi escolhido para discutir o tema porque é o mesmo mês da sanção da Lei Maria da Penha. Já a cor lilás é aquela adotada pelo feminismo no mundo.
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