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Justiça: Pela morte de advogado, Janadaris finalmente é julgada e condenada a 28 anos de prisão

Foram 11 anos e cinco meses de espera para a família do advogado Marcos André de Deus Félix, que morreu em consequência de uma emboscada, na Praia do Francês, localizada em Marechal Deodoro, ter, de uma vez por todas, a dor amenizada. Após 19 horas de um júri exaustivo, iniciado na manhã dessa quinta-feira (14), desaforado e ocorrido no Fórum Jairo Maia Fernandes, no Barro Duro, em Maceió , Janadaris Sfredo, acusada da autoria intelectual, foi condenada a 28 anos de prisão em regime, inicialmente, fechado. Ao todo foram ouvidas nove testemunhas. O julgamento foi presidido pelo juiz Geraldo Amorim, da 9ª Vara.

A acusação teve à frente, brilhantemente, o promotor de Justiça Coaracy Fonseca e, como assistentes de acusação, os advogados Roberto Moura, Julia Figueiredo e André Argolo. Sem argumentação para assegurar a liberdade da ré, a defesa tentou desqualificar a vítima e apresentou testemunhas que entraram em contradição o tempo todo. Um depoimento foi desqualificado e outra testemunha, identificada como Izabel, que mora na Itália, colocada na condição de declarante.

“Um júri difícil e que exigiu muito de nós. A defesa, sem qualquer favorecimento, tentou suas estratégias para inocentar a cliente, mas tínhamos um processo robustecido com provas indiscutíveis contra ela. O Ministério Público conclui o júri certo de que cumpriu com o seu papel. Após mais de uma década de espera, a ré vai pagar pelo crime por ela arquitetado e o coração de cada familiar da vítima se sentirá mais aliviado. Hoje não encerramos, apenas, mais um caso. Hoje colocamos um ponto final numa triste e dolorida história”, diz o promotor.

Como testemunha de acusação, o advogado Antônio Carlos, que trabalhou por muitos anos com Marcos André em uma usina, rendeu elogios à vítima e reforçou que no HGE ele teria informado que Janadaris era a responsável pelo atentado.

“Comecei a falar com ele coisas triviais, dizendo que ficar lia bom, tivesse fé que os amigos estavam torcendo e orando por ele. Como o estado dele era delicado e exigia repouso, para não forçá-lo muito a falar, deram uma prancheta ao Marcos e ele escreveu que Janadaris era a responsável por tudo, além de mencionar os 50 mil. Fui inocente me desfazendo do papel, pois achava que ele resistiria”, afirma.

O valor R$ 50 mil seria o pagamento pela execução da sentença.

Com camisas pretas e brancas, parentes da vítima pediam justiça. A irmã, Manuel de Deus Félix, chegou a passar mal no Salão do Júri e desabafou:

“Meu irmão não voltará, mas hoje nos enchemos de fé e acreditamos em nosso Deus que ele será condenada. Pelo menos vai amenizar essa dor que se estendeu por onze anos e desequilibrou emocionalmente de todos da família”, declara.

Ao final, os advogados assistentes de acusação, emitiram uma nota:

Os advogados representantes da assistência de acusação, recebem com satisfação o veredito proferido na data de hoje pelo Egrégio Tribunal do Júri, que culminou na condenação de Janadaris Sfredo à pena de 28 anos de reclusão.

Instamos a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Alagoas a proceder com a imediata exclusão de Janadaris Sfredo de seus quadros, em face da prática de crime infamante e da manifesta inidoneidade moral incompatível com o exercício da nobre profissão.

Este veredito representa um marco fundamental no combate aos crimes de mando em nosso Estado, reafirmando que Alagoas não tolerará a banalização da vida humana, especialmente quando ceifada no exercício regular da advocacia.

Que a memória do Dr. Marcos André seja honrada por esta decisão, e que sua família encontre, neste ato de justiça, algum conforto diante da irreparável perda.

Representantes da Assistente de Acusação

André Argolo

Júlia Figueiredo

Roberto Moura

Ascom MPAL