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Captação de órgãos pelo HGE no Dia da Pátria pode salvar até quatro vidas

Procedimentos para captação mobilizou diversos profissionais no feriado da Independência | OPO /AL

Thallysson Alves

Enquanto o país celebrava o Dia da Independência do Brasil, neste domingo (7), uma equipe especializada no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, viabilizou mais um ato de solidariedade, que poderá salvar mais quatro vidas. Isso porque foram captados dois rins e duas córneas, que já foram encaminhados para os receptores, os quais, em breve, viverão sem a angústia da espera pelo transplante.

“Assim como a independência deu ao Brasil a possibilidade de escrever sua própria história, o transplante permite que cada receptor escreva novos capítulos da sua vida. Essa captação, em pleno 7 de Setembro, nos fez refletir sobre a liberdade de viver que cada doação oferece a quem aguarda pelo transplante. É um gesto de amor que dá continuidade à vida”, salientou Daniela Ramos, coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas.

Conforme o estudo feito pela unidade da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), 594 pessoas estão na lista de espera pelo transplante. Deste total, 563 precisam de uma córnea, 23 de um rim, quatro de um fígado e mais quatro de um coração. Desse modo, o Setembro Verde chega para mobilizar a sociedade sobre o assunto, estimulando que, espontaneamente, as pessoas se declarem um doador de órgãos durante a roda de conversa.


“Por aqui, nós estamos fazendo a nossa parte. Mas, sem a autorização da família, a captação não é realizada. Por isso é muito importante que as pessoas falem sobre o assunto, pois, em um momento tão difícil, como o diagnóstico de morte encefálica, ela terá informação suficiente para tomar a decisão que o paciente teria se pudesse se comunicar”, explicou a coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas.

No Brasil, a doação de órgãos acontece com a autorização da família. A morte encefálica é a parada definitiva e irreversível das funções cerebrais, confirmada por exames clínicos e de imagem. Quando isso ocorre, profissionais da Organização de Procura de Órgãos (OPO) comunicam a família para saber se aceitam transformar a dor em vida para outras famílias.

“Foi o que aconteceu neste caso, com familiares de um homem de 42 anos, diagnosticado com morte encefálica no HGE. Nós, em nome de todos os profissionais envolvidos e dos receptores, agradecemos por esse ato de amor. E fica a reflexão, ser doador é garantir que a vida seja sempre livre para recomeçar”, concluiu Daniela Ramos.