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Uma em cada quatro empresas encerram atividades no primeiro ano por falta de gestão financeira

Economista e consultor financeiro, Lucas Sorgat

O brasileiro já nasce com o sonho de empreender, porém o que muitos não sabem é que um negócio demanda planejamentos estratégicos para não fecharem as portas precocemente. É o que diz o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que trouxe dados de que uma em cada quatro empresas brasileiras não consegue ultrapassar o primeiro ano de funcionamento. O cenário se agrava ainda mais quando o prazo se estende, revelando que 60% dos negócios encerram as atividades antes de completarem cinco anos de existência.

A principal causa para essa situação está relacionada à deficiência no controle financeiro. É estimado que 48% das micro e pequenas empresas fecham as portas por problemas vinculados à falta de planejamento financeiro e descontrole de caixa. A questão se torna ainda mais crítica nos primeiros meses de operação.

Segundo o economista e consultor financeiro, Lucas Sorgato, os números altos envolvendo a gestão financeira ocorrem muito por falta de instrução ou de conhecimento por parte dos empresários sobre a necessidade de recursos para os primeiros anos de operação.

“É feito um investimento ao abrir o negócio, com equipamento e insumos. E aí vem um item que o empresário esquece de elencar dentro do seu custo de investimento inicial, que é o capital de giro. A partir do momento que ele não tem recurso para pagar os boletos iniciais, porque as vendas demoram, e até se ter uma fidelidade do cliente, é preciso ter caixa para pagar as contas”, salienta.

Estabelecer práticas sólidas de gestão desde o início representa a diferença entre a sobrevivência e o fracasso empresarial. Antes mesmo de iniciar as operações, os empresários precisam constituir uma reserva equivalente ao capital de giro. Essa poupança deve cobrir entre 6 a 12 meses de custos fixos.

Esse é um detalhe que deve ser implantado por alguns meses no início do negócio, especialmente para saber utilizar essa ferramenta no período de baixa, onde o faturamento pode cair até 60%, sendo necessário uma reserva para se manter funcionando.

Saber quanto vai receber e quanto vai pagar é fundamental para a sobrevivência da empresa. Registros diários em planilhas ou softwares específicos podem ajudar nesse controle. “A primeira coisa que o empresário precisa entender é que os números não são inimigos. Não pode ser complicado para o negócio, precisa ser aliado. Então o primeiro passo é o planejamento financeiro e ter uma estrutura de custos e precificação minimamente adequada ao negócio, não seguindo apenas ao mercado”, ressalta o economista.

Outro aspecto importante envolve a separação entre finanças pessoais e empresariais, algo bastante negligenciado pelos gestores. A mistura de despesas compromete a análise da real situação financeira do negócio.

Além disso, é preciso ter uma rede de apoio que possa ajudar e orientar um caminho mais adequado, considerando diferenciais para não correr riscos e quebrar. “Essa situação de começar apenas com o sonho gera muitos problemas. É preciso saber ser empreendedor. Hoje há vários profissionais que conseguem ajudar a montar um negócio, não é preciso mais que o empresário dê conta de tudo sozinho. O acompanhamento no início pode facilitar e ser um divisor de águas entre o sucesso do negócio e um possível fechamento”, finaliza Lucas Sorgato.

Fonte: Assessoria