Roberto Miranda 

Tudo começou em 2011, com o Festival Universitário, que ao longo dos anos se transformou no Circuito Penedo de Cinema, um grande guarda-chuva que abriga três mostras competitivas e outras cinco não competitivas. A noite de estreia do 15º Festival Universitário de Alagoas aconteceu nessa terça-feira (11) e atraiu um grande público, que lotou a sala de exibições do Cine Penedo.

O premiado cineasta Ninho Moraes chegou cedo, acompanhado da esposa, para garantir um bom lugar e assistir aos dez filmes da noite.

“O Circuito é literalmente uma palavra perfeita, porque ele junta muita coisa do mundo. E o cinema faz isso, imagens e sons inteiros que agora estão entrando, felizmente, num lugar real, que é o Cine Penedo. É muito bonito tudo isso, a sua importância. Eu estava vendo um bando de crianças entrando num ônibus escolar, saindo de uma sessão lá do antigo Cine São Francisco, é tudo muito bonito. Não tem muito o que dizer além da beleza e da capacidade de todos. Que continuem esse trabalho. Hoje participo da primeira noite de exibições do Festival Universitário, onde tudo começou há 15 anos, para que pudéssemos chegar até aqui. É uma reflexão sobre a nossa história o tempo inteiro. Estou muito feliz com tudo isso que acontece em Penedo. Que siga por muitos anos, continue crescendo e fazendo história para todos que acreditam no poder do audiovisual brasileiro”, comemora o cineasta.

Para Sérgio Onofre, coordenador-geral do circuito desde a primeira edição, o resultado demonstra a consolidação do evento. Segundo ele, esse crescimento reforça o prestígio nacional do circuito e o respeito conquistado. “O festival reafirma-se, assim, como referência entre os festivais de cinema no Brasil”.

“O Festival de Cinema Universitário, na verdade, está no nascedouro dessa iniciativa como um todo. Está ligado à decisão nossa, da universidade, de entrar nesse processo e realizar o desejo de retomada dos festivais de cinema, ainda lá em 2006. Foram duas tentativas frustradas de retomada. Naquela época, só aumentava minha frustração. Mas, em 2010, definitivamente resolvemos entrar nessa história e lutar pela retomada dos grandes festivais. Tudo começou com essa provocação do universitário, querendo atrair estudantes para reiniciar os antigos festivais que haviam encerrado na década de 80. Depois de tantas lutas, aqui estamos, com esse grande guarda-chuva que é o circuito, agregando outros festivais e mostras em um único evento, hoje já consolidado no cenário do audiovisual brasileiro”, relembra Onofre, emocionado.

A sala do Cine Penedo ficou lotada na primeira noite do 15º Festival Universitário de Alagoas. Graças à parceria com apoiadores, nesta edição o vencedor receberá, além do Troféu Canoa de Tolda, R$ 5 mil em serviços de pós-produção e finalização, oferecidos pelo Estúdio Mistika.

“Essa premiação em pós-produção vai dar ao realizador contemplado a possibilidade de um novo trabalho, de uma nova produção, com os custos de finalização já custeados. Isso garante a continuidade do seu trabalho e a chance de ter parte de uma nova obra já financiada”, destacou o coordenador-geral do circuito.

Nesta edição, compõem o corpo de jurados, o jornalista, produtor audiovisual, documentarista e docente da Universidade Federal da Paraíba, Lúcio Vilar; a realizadora e produtora cultural Lúcia Caus; e a atriz formada em Artes Cênicas pela Casa de Artes de Laranjeiras (CAL), Camila Morgado. Para participar do Festival Universitário, o realizador precisa estar matriculado em uma instituição de ensino superior ou integrar seu corpo técnico.

Sobre o circuito

A 15ª edição do Circuito Penedo de Cinema acontece entre os dias 10 e 16 de novembro. O evento é promovido pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), pelo Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult-AL), e pelo Instituto de Estudos Culturais, Políticos e Sociais do Homem Contemporâneo (IECPS). Conta ainda com o patrocínio da Prefeitura de Penedo, do Sebrae e do IMA, e apoio da Mistika, DOT, Fórum dos Festivais, Cardume, Fredyart, Super Connect e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

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