O Ministério Público e a Polícia Federal estão de olho numa prática
antiga, de caixa 2 ao erário municipal, através da contratação de artistas de
sucesso - ou nem tanto assim.
A nova metodologia utilizada por alguns empresários é mais ostensiva, perigosa e humilhante.
Não é novidade que prefeitos, secretários e pessoas ligadas aos gestores ganham comissão ou fazem operação com a contratação dos artistas, geralmente contratados sem a devida proteção jurídica.
O esquema
O escritório do artista – que na
maioria (principalmente os mais famosos) não tem nada a ver com o esquema –
negocia o cachê para a apresentação. A prática ilícita mais comum está no
acréscimo pelo valor da apresentação, que varia – e muito - de lugar
para lugar, não pela distância, mas pela divisão financeira entre os envolvidos.
Esses casos geralmente acontecem quando a contratação não segue o trâmite jurídico correto, com abertura de processo até o empenho, que garante o pagamento pelo serviço. Alguns escritórios fazem tudo certinho e negociam apenas a comissão – caixa 2 – com o representante do município.
Agiotagem
A novidade, agora, é a prática de agiotagem entre o escritório contratado e
o responsável pela negociação. Em alguns casos o prefeito encomenda a atração e
pede para alguém intermediar o negócio. Em Alagoas, há décadas, o mais
comum é a articulação direta do gestor com o empresário. No segmento há muita
gente que quebrou e teve que sair do ramo por conta do não pagamento depois da apresentação.
Foi aí que surgiu o agiota do sucesso. Ele autoriza a apresentação do artista mediante garantias reais, que vão desde carros de luxo a imóveis. Há casos onde a garantia é oficial, com cheque do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) pré-datado. O que impressiona é que em alguns casos sem fundo.
O agiota do sucesso não se intimida e no chega a ameaçar denunciar no Ministério Público. Sem saída, diante do risco de se complicar com a justiça, a dívida é quitada.
Caras-de-pau
Você pensa que após a tensão em meio à extorsão a relação promíscua ficará
azedada? Não, não não. Negócio é negócio.
Com a moda da delação premiada quando o primeiro abrir o bico a casa vai cair pra muiiiiiiiiita gente.
Em tempo:
Sabe-se no mercado quem é quem. Mas assim como em qualquer atividade estamos falando de uma minoria que faz barulho e muda as regras do jogo.
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